Fundador da FTX afirma em tribunal que agiu 'de boa-fé'

SBF, como é conhecida, "tinha riqueza e poder", mas tudo foi "construído sobre mentiras"

Duas visões de Sam Bankman-Fried, outra rei das criptomoedas, chocaram-se nesta quarta-feira (04) em um tribunal de Nova York, nas denúncias iniciais de seu julgamento por fraude na plataforma FTX.

SBF, como é conhecida, “tinha riqueza e poder”, mas tudo foi “construído sobre mentiras”, disse o promotor da carga do caso, Thane Rehn. Já a defesa alegou que Bankman-Fried agiu de boa-fé.

Para a promotoria, SBF, 31 anos, cometeu “uma fraude em massa” ao roubar dinheiro da conta de clientes da sua exchange FTX, acrescentou Rehn.

A SBF é alvo de sete acusações de fraude, peculato e conspiração, e pode ser condenada a mais de 100 anos de prisão.

Em novembro de 2022, sua plataforma de criptomoedas implodiu, incapaz de fazer frente aos pedidos em massa de resgate de clientes, que descobriram que parte dos fundos da FTX foram comprometidos por operações de risco realizadas pela Alameda, fundo de investimento criado por Bankman- Frito.

“Sam não fraudou ninguém”, afirmou o advogado Mark Cohen. Ele admitiu que os fundos da FTX foram usados pela Alameda, mas garantiu que se tratava apenas de investir o dinheiro, e não de desviá-lo.

A FTX era uma start-up e Bankman-Fried tinha que tomar “centenas de decisões por dia”. Como consequência, algumas coisas foram negligenciadas", justificou Cohen.

Como esperado, a equipe de defesa de Bankman-Fried nomeou o dedo para Caroline Ellison, ex-namorada que ele havia colocado em frente à Alameda. Segundo a SBF, ela não seguiu suas recomendações de proteção contra uma possível queda do mercado de criptomoedas.

Para a acusação, no entanto, Bankman-Fried era "como se já não estivesse à frente da Alameda, quando isso não é verdade. Caroline era apenas uma fachada."

A ex-namorada da SBF declarou-se culpada em dezembro de sete acusações e relatos em cooperar com o promotor federal de Manhattan. Rehn informou hoje que ela irá depor no julgamento e contar como “roubou com o acusado dinheiro dos clientes da FTX”.

O julgamento deve durar seis semanas.