Médicos de SP executados no Rio já tinham pagado a conta na hora do crime, diz dono do quiosque
Crime ocorreu na madrugada desta quinta-feira (5) na orla, com três homens mortos e um ferido. Presidente do Sindicato dos Hotéis acredita que ação pode ter sido encomendada
Operador do quiosque da Barra da Tijuca em que três médicos foram executados no Rio, Tadeu de Lima Barbosa relatou que os alvos aparentavam estar de saída do local e já haviam pago a conta quando o crime ocorreu. A ação aconteceu no início da madrugada desta quinta-feira, em um quiosque na Avenida Lúcio Costa, em frente ao hotel Windsor, e terminou com a morte de três homens e um ferido. Os bandidos saíram armados de um carro preto e fizeram disparos em direção à mesa.
Uma câmera flagrou o momento do ataque, que mostra a movimentação dos assassinos no quiosque Naná 2. Barbosa, que administra o local, disse que os bandidos miraram em direção ao quarteto. Os médicos atacados participariam de um congresso de ortopedia no hotel em estavam hospedados.
"Minha clientela é formada basicamente pelo pessoal do hotel. O ataque foi em direção a essas mesas. Eles já tinham até pago parte da conta quando aconteceu" afirmou Barbosa.
Marcos de Andrade Corsato, de 63 anos, e Perseu Ribeiro Almeida, de 33, morreram no local. Diego Ralf Bonfim, irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP), de 35, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Já Daniel Sonnewend Proença, de 32, foi ferido e levado para o Hospital Lourenço Jorge, no mesmo bairro.
Diego Half e Perseu Ribeiro eram ortopedistas e traumatologistas. Este último com especialização em cirurgia do tornozelo e do pé.
Responsável pela concessão da Orla Rio, João Marcelo Barreto disse que os médicos chegaram ao local por volta das 23 horas, e pediram sardinha e cervejas.
"Porrada na imagem do Rio"
O presidente do Sindicato dos Hotéis, Alfredo Lopes, acredita que o crime possa ter sido encomendado. Ele classifica o caso como uma situação atípica, embora admita que seja péssimo para a imagem do Rio e para o turismo da capital.
"Independentemente do motivo, este caso é mais uma porrada na imagem da cidade. O caso aconteceu em um momento em que teremos inúmeros congressos médicos até o fim do ano. Tudo foi muito estranho. Eles miraram nos médicos. É uma situação diferente de alguém estar apenas em um quiosque e ser roubado ou vítima de violência" pontuou Lopes.
Pela manhã, um funcionário do quiosque da Naná disse não ter visto o crime, mas escutado os disparos.
"Adrenalina vai a mil. A gente não viu nada, só ouviu. A galera saiu correndo, eu me abaixei" lembra o homem, que preferiu não se identificar.
O funcionário ainda disse que assaltos a turistas são comuns na região da orla.
Ação durou menos de um minuto
Os bandidos chegaram ao quiosque de carro, e pararam do outro lado da rua. Três deles, todos de preto, saltaram do automóvel. Logo em seguida começa uma correria no local. Após os disparos, os criminosos voltam para o carro e fogem. Toda a ação foi muito rápida, durando menos de um minuto.
A Polícia Militar informou que quando as equipes do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) chegaram ao quiosque encontraram as vítimas atendidas por agentes do Corpo de Bombeiros. De acordo com a PM, os policiais fizeram buscas na região, mas não conseguiram localizar os suspeitos. O policiamento foi reforçado na região. A perícia da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) realizou uma perícia no local e assumiu a investigação das mortes.