COMBUSTÍVEL

Petróleo fecha em queda pelo segundo dia com temores de queda na demanda global

Barril do tipo Brent, com entrega para dezembro, e o WTI para dezembro registraram os menores preços desde 30 de agosto

Preços do petróleo recuaram nesta quinta-feira (5) - Reprodução / Internet

Os preços do petróleo recuaram nesta quinta-feira (5) pelo segundo dia consecutivo, com temores de enfraquecimento da demanda pelo combustível diante de um cenário econômico global mais desafiador.

O Brent, de referência global, recuou 2,03%, cotado a US$ 84,07, no contrato para dezembro. Já o tipo Texas (WTI), usado como referência nos Estados Unidos, perdeu 2,27%, negociado a US$ 82,31 no contrato para novembro. Ambos registraram os menores preços desde 30 de agosto.

Em seis sessões, o preço do Brent já caiu 14% e o WTI, 13%.

A queda do petróleo seguiu-se a uma queda no consumo da gasolina, depois que dados dos EUA mostraram que os estoques aumentaram no país e o consumo caiu, sendo o mais fraco em 25 anos.

 

Para Edward Moya, analista sênior da Oanda, a queda de quase US$ 10 desde o fim de setembro acontece ao mesmo tempo em que os rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) registram um rali, atingindo os patamares mais elevados em 16 anos, o que impactou o cenário de crescimento global.

Depois de uma forte recuperação no terceiro trimestre - com o benchmark dos EUA chegando a US$ 95 por barril perto do fim de setembro - o aumento do petróleo freou.

Embora os ganhos tenham alimentado a especulação de que o retorno do petróleo a US$ 100 estava próximo, outras pessoas permaneceram céticas, com o Citigroup, um dos principais investidores, afirmando que os preços estavam em vias de se reverter à medida que o mercado voltasse a ter um excedente.

O recuo acentuado do petróleo ocorreu em um cenário de preocupações crescentes com as taxas de juros elevadas e com a economia global, que abalou os mercados acionários e de títulos nas últimas semanas.

Se for mantido, ele ajudará a esfriar as pressões inflacionárias, já que os bancos centrais, incluindo os do Federal Reserve, debatem se já aumentaram o suficiente os custos dos empréstimos. Os dados mensais de emprego dos EUA, que s serão divulgados amanhã, serão examinados em busca de pistas sobre a saúde da economia.

A queda do preço do petróleo veio apesar dos anúncios da Arábia Saudita e da Rússia de que os cortes voluntários de produção permaneceriam em vigor até o fim do ano. Além disso, um comitê da OPEP+ recomendou que não houvesse mudanças nas restrições coletivas.