Alckmin minimiza dólar e juros e diz que Reforma Tributária vai ajudar exportações
Vice-presidente considera câmbio em torno de R$ 5 'bom' para exportadores e defende acordos comerciais para ampliação de mercados, mas vê tributação como principal fator de competitividade
Com a taxa de câmbio em torno de R$ 5,00 por dólar, o que é "bom" para exportar, e os juros com "curva em queda", a alta carga tributária persiste como principal obstáculo para a competitividade das exportações de manufaturados do Brasil, afirmou o vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. A aposta é que a Reforma Tributária enfrentará o problema.
- A carga tributária é elevada, mas a reforma vai ajudar. O IVA (Imposto sobre Valor Agregado, que será criado na reforma, para substituir cinco tributos) vai desonerar investimentos e exportações -- afirmou Alckmin, em discurso no encerramento do primeiro dia do Enaex 2023, evento sobre o comércio exterior promovido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), no Rio.
Nesta quinta-feira, o dólar fechou em R$ 5,16, maior patamar desde 27 de março. Durante o pregão, a moeda americana chegou a ser negociada a R$ 5,18, com incertezas sobre inflação americana.
No discurso, o vice-presidente também defendeu a celebração de acordos comerciais entre o Mercosul e outros blocos ou países, medidas de desburocratização no comércio externo e o financiamento às exportações. Em outro trecho, reconheceu que a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Reforma Tributária não está "perfeita".
- A Reforma Tributária não é perfeita, mas vai desonerar investimentos e exportações -- disse Alckmin, lembrando que hoje grandes empresas exportadoras têm direito a receber de volta créditos tributários dos bens que vendem lá fora, mas, muitas vezes, esses valores se acumulam e as firmas ficam a ver navios.
Tratando da balança comercial como um todo, Alckmin lembrou que o Brasil deverá registrar recordes de exportações e de saldo comercial este ano. O destaque serão os produtos primários, como soja, milho e petróleo. O vice-presidente reconheceu que é importante desconcentrar a pauta de exportações do país.