Rio de Janeiro

Deputada Sâmia Bomfim faz post de despedida e se declara para irmão médico, executado no Rio

Crime aconteceu na madrugada desta quinta-feira (5), na Avenida Lúcio Costa. Além de Diego Bomfim, que é cunhado do deputado Glauber Braga, outros dois homens morreram e um está ferido

Sâmia, Diego e Dayane Bomfim, em dezembro de 2020 - Reprodução/Instagram

A deputada federal Sâmia Bomfim(PSOL-SP) publicou, nesta sexta-feira (6), uma mensagem de despedida para o irmão Diego Bomfim, uma das vítimas do ataque a tiros num quiosque da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O ortopedista de 35 anos chegou a ser levado para o Hospital Lourenço Jorge, mas não resistiu aos ferimentos.

Na postagem, Sâmia destacou que o irmão era "querido" e sempre "foi o maior orgulho" da família.

 

"Um homem íntegro, doce, gentil, alegre, brincalhão, inteligente, amigo. Estava começando a realizar seus sonhos pessoais e profissionais, trabalhando muito. De você só tenho boas lembranças, da infância, adolescência, de quando moramos juntos, de quando cuidava do Hugo. Eu te amo pra sempre", ressaltou a parlamentar, no Instagram.

Sâmia ressaltou que a família é forte e que os parentes vão "seguir juntos" por ele "sempre".

"Também não vamos nos conformar, vamos lutar por justiça. Você sempre incentivou que eu usasse minha voz e posição para brigar pelo certo e pelo justo. Essa briga eu daria tudo pra não precisar dar, mas será a maior de todas elas", destacou a deputada.

 

Mais cedo, a mãe de Sâmia, Diego e Dayane também se despediu do filho, por meio das redes sociais.

"Nos lembraremos de você sempre com este sorriso, nosso filho amado Diego Ralf de Souza Bomfim", destacou Antonia Cavalcante Bomfim.

Nota assinada pela deputada Fernanda Melchionna, que foi escolhida para falar em nome da família, afirma que Sâmia "está devastada nesse momento terrível de perda e dor, assim como o seu companheiro Glauber Braga, que a acompanha neste momento". Os parentes de Diego Bomfim prestaram solidariedade com os familiares de todas as vítimas do que chamaram de "crime bárbaro", agradeceram as mensagens de apoio que receberam e cobraram rigor nas investigações.

"Pelas imagens divulgadas pela imprensa, tudo indica que se trata de uma execução. Exigimos imediata e profunda investigação para descobrir as motivações do crime, assim como a identificação e prisão dos executores. Já pedimos ao ministro da Justiça, Flávio Dino, o acompanhamento do caso pela Polícia Federal e estamos formalizando a solicitação com o ministério", diz a nota.

Flávio Dino determina que PF acompanhe investigações
O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal acompanhe as investigações do caso "em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais". Dino prestou solidariedade a Sâmia, Glauber e parentes e afirmou ter conversado com o governador Cláudio Castro sobre a ocorrência.

"Polícia Civil já realizando diligências investigatórias. Secretário Executivo do MJ, Ricardo Cappelli, irá ao Rio e reunirá com a direção da PF e com o governo do estado", disse o ministro, que anunciou estar indo para a Bahia reforçar ações da pasta no estado nordestino.

Posts com filho de Sâmia
Nas redes sociais, Diego postava fotos ao lado da família e com o sobrinho Hugo, filho de Sâmia. Em dezembro de 2021, ele celebrou ter passado o Natal com os parentes.

"Primeira foto de nós 8 juntos! Se me perguntarem o que é ter sorte, mostrarei essa foto", escreveu ele, na postagem, em que também aparece o deputado Glauber Braga (PSOL), marido de Sâmia.

Quem é Sâmia Bomfim?
Sâmia é filha de Antonia Bomfim e Domingos Bomfim e irmã de Dayane e Diego, de acordo com informações da biografia dela, que consta do site da Câmara de Vereadores de São Paulo. Nas redes sociais, Antonia se declarava para o filho e celebrava os feitos dele na profissão.

Em 2019, Sâmia postou no Facebook fotos com os pais e com a irmã, mas lamentou a ausência de Diego. Em dezembro do ano seguinte, os três irmãos posaram juntos após uma "visita surpresa".

Médicos mortos no Rio de Janeiro
Ao menos três homens morreram na madrugada desta quinta-feira na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. As vítimas estavam no quiosque da Naná 2, na Avenida Lúcio Costa, quando criminosos armados saíram de um carro e fizeram disparos contra eles.

Uma câmera flagrou o momento do ataque, que mostra a movimentação dos assassinos. Veja abaixo o vídeo.

As vítimas eram médicos de São Paulo, que estavam no Rio para um congresso Minimally Invasive Foot Ankle Society (Mifas), que começa nesta quinta-feira.

Quem era o médico irmão de Sâmia Bomfim?

Diego Ralf Bomfim era graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina Dr. Domingos Leonardo Cerávolo, da Universidade do Oeste Paulista. Era especialista em Ortopedia e Traumatologia, em cirurgia do pé e tornozelo e em reconstrução óssea — esta última especialização, obteve pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Quem são os médicos?
Marcos de Andrade Corsato, de 63 anos, morreu na hora do ataque, assim como Perseu Ribeiro Almeida, de 33. Corsato era diretor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Já Almeida era especialista em Cirurgia do Pé e Tornozelo pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Um quarto homem, identificado como Daniel Sonnewend Proença, também foi ferido e levado para o Hospital Lourenço Jorge, também na Barra.

Como foi o ataque?
Os médicos atacados participariam de um congresso de ortopedia num hotel, onde estavam hospedados. Diego Ralf e Perseu Ribeiro eram ortopedistas e traumatologistas. Esse último com especialização em cirurgia do tornozelo e do pé.

Os bandidos chegaram ao quiosque de carro. Eles pararam do outro lado da rua. Três deles, todos de preto, saltaram do automóvel. Logo em seguida começa uma correria no local. Após os disparos, os criminosos voltam para o carro e fogem. Toda a ação foi muito rápida, durando menos de um minuto.

O que diz a polícia?
A Polícia Militar informou que quando as equipes do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) chegaram ao quiosque encontraram as vítimas sendo atendidas por agentes do Corpo de Bombeiros. De acordo com a PM, os policiais fizeram buscas na região, mas não conseguiram localizar os suspeitos. O policiamento foi reforçado na região. A perícia da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) realizou uma perícia no local e assumiu a investigação das mortes.