Rio de Janeiro

Justiça quer reativar no Rio de Janeiro equipe de inteligência da Polícia Federal que atuou até 2009

Missão Suporte atuou com 50 policiais federais focados no Rio

Polícia Militar do Rio de Janeiro - PMERJ / Divulgação

O Rio de Janeiro poderá voltar a ter, na Polícia Federal, um grupo especializado em ações de inteligência que possam antecipar ataques do crime organizado. A ideia é reeditar a Missão Suporte, criada em 2002, que contava com uma equipe de 50 policiais dedicados apenas ao estado. Na época, a equipe era coordenada pelo delegado José Mariano Beltrame, que depois foi nomeado secretário de Segurança Pública do Rio e se notabilizou como um dos idealizadores do projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). A informação foi divulgada pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, após conversa com o governador Cláudio Castro sobre medidas para o combate à violência.

— Pedi à Superintendência da PF no Rio um plano para reativar a operação, com o emprego de recursos tecnológicos atualizados. O conceito será semelhante ao de 2002, que funcionou bem e inclusive contribuiu para o sucesso de grandes eventos realizados na cidade nos anos seguintes — disse Cappelli.

Invasão impedida

A Missão Suporte completaria 21 anos em novembro de 2003. Em seu auge, cerca de 200 bandidos chegaram a ter suas atividades monitoradas por escutas telefônicas ao mesmo tempo. Ela foi descontinuada no fim de 2009, dentro de uma estratégia da PF para realocar recursos que permitissem a criação de mais delegacias especializadas.

Beltrame lembra que as operações de inteligência colaboraram para reduzir confrontos. Boa parte dessas atividades se baseava no emprego de um equipamento conhecido como Guardião, que conta com um software que permite o monitoramento de dados e gravações de voz para análise da polícia.

Em 2004, por exemplo, o monitoramento pela Missão Suporte evitou que acontecesse uma invasão à Rocinha às vésperas do carnaval. Os policiais interceptaram uma ligação de traficantes do Morro da Mineira, no Rio Comprido, na Zona Norte, para bandidos da mesma facção e foi montada uma operação da Polícia Militar.

— Foi uma época produtiva. A missão permitiu que a polícia se antecipasse, inclusive para a apreensão de armas de grande calibre antes que chegassem à cidade — disse o ex-secretário.