ISRAEL

Gustavo Petro cita Holocausto judeu ao opinar sobre guerra entre Israel e Hamas

"Os povos democráticos não podem permitir que o nazismo se restabeleça na política internacional", escreveu Petro em sua conta na rede social X

Presidente da Colômbia, Gustavo Petro - Daniel Munoz/AFP

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, citou o Holocausto judeu realizado pela Alemanha nazista para comentar, nesta segunda-feira (9), sobre o cerco total na Faixa de Gaza, anunciada pelo ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant.

"Era isso que os nazistas diziam aos judeus. Os povos democráticos não podem permitir que o nazismo se restabeleça na política internacional (...) Se este discurso de ódio continuar, apenas trará um holocausto" novamente, escreveu Petro em sua conta na rede social X (antigo Twitter), em resposta às declarações do ministro israelense sobre a imposição de um "cerco total" da Faixa de Gaza.

"Nem eletricidade, nem comida, nem água, nem gás, tudo bloqueado", disse Gallant em um vídeo à Blu Radio, que foi compartilhado pelo presidente colombiano.

O embaixador de Israel na Colômbia, Gali Dagan, denunciou no domingo (8) que manifestantes deixaram grafites com suásticas na sede da embaixada israelense em Bogotá. As imagens foram condenadas pelo diplomata na Blu Radio: "Deixaram esse símbolo nazista. É terrível e isso deve ser condenado", disse.

Mais de 800 israelenses morreram em três dias de guerra entre Israel e Hamas. Do lado palestino, 560 pessoas faleceram em bombardeios perpetrados por Jerusalém.

Os milicianos do Hamas mataram 250 pessoas em um festival de música eletrônica perto da Faixa de Gaza. Dagan informou que dois colombianos que estavam no evento foram sequestrados e estão desaparecidos.

A embaixada colombiana relatou que recebeu "algumas solicitações de assistência para localizar dois compatriotas".

Petro vem compartilhando reflexões em sua conta na plataforma X desde sábado (7). Parte delas são respostas às declarações de Dagan, que no mesmo dia contou à revista Semana que esperava "que um país amigo de Israel condene forte e claramente o ataque terrorista contra civis inocentes".

Em resposta, o presidente colombiano escreveu: "Terrorismo é matar crianças inocentes, seja na Colômbia, seja na Palestina (...) Solicito a Israel e Palestina que se sentem à mesa para negociar a paz".

A discussão continuou nesta segunda-feira e Dagan convidou o mandatário sul-americano a visitar museus sobre o Holocausto e o campo de concentração de Auschwitz, em relação à resposta de Petro sobre este local histórico "agora ser copiado em Gaza".

No sábado, o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia divulgou um comunicado afirmando que o governo "condena veementemente o terrorismo e os ataques contra civis que ocorreram na manhã de hoje em Israel, e expressa solidariedade com as vítimas e seus familiares".

Posteriormente, o ministério publicou uma nova declaração que não menciona a palavra "terrorismo", embora "expresse a sua mais forte condenação dos efeitos sobre os civis".