PREVENÇÃO

Caxumba: veja sintomas, causas e tratamento

Vacinação com a Tríplice Viral é a única forma de prevenir a caxumba

Doença também pode afetar adultos em qualquer faixa etária - Freepik/Reprodução

Conhecida também como papeira, a caxumba é uma doença de distribuição universal. Caracteriza-se pela alta morbidade e baixa letalidade, e surge sob a forma de endemias ou surtos. Ela é causada pelo paramyxovirus da classe rubulavirus, uma infecção viral aguda e contagiosa.

Pode atingir qualquer tecido glandular e nervoso do corpo humano, mas é mais comum afetar as glândulas parótidas, as responsáveis pela produção de saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido.

Mesmo sendo mais comum em crianças no período escolar e em adolescentes, a doença também pode afetar adultos em qualquer faixa etária. Normalmente, a caxumba tem evolução benigna, mas em alguns raros casos podem apresentar complicações resultando em internações e até mesmo culminar em morte.

Quais são os sintomas da caxumba?
Os principais sintomas da caxumba são: febre, dor na face e aumento do volume das glândulas salivares. A doença também pode provocar dor no corpo e na cabeça. Cerca de 30% das infecções podem não apresentar aumento aparente dessas glândulas.

Complicações mais graves são raras, mas podem ocorrer. É comum que a infecção em homens adultos provoque orquite (inflamação nos testículos). Nas mulheres, a infecção pode provocar mastite (infecção do tecido mamário).

Em um terço dos casos, a infecção não apresenta sintomas (ou seja, é assintomática) e adquire maior gravidade após a adolescência, sendo a meningite e a epidídimo orquite duas importantes manifestações e complicações da doença, mas que geralmente não deixam sequelas.

Em menores de cinco anos, são comuns sintomas das vias respiratórias e perda neuro sensorial da audição. Outras complicações são encefalite e pancreatite. Não há relato de óbitos relacionados à parotidite. Além disso, a ocorrência da caxumba durante o primeiro trimestre da gestação pode ocasionar aborto espontâneo.

Os principais sintomas da caxumba são:

Inchaço e dor nas glândulas salivares, podendo ser em ambos os lados ou em apenas um; Febre; Dor de cabeça; Fadiga e fraqueza; Perda de apetite; Dor ao mastigar e engolir.

O que causa a caxumba?
A transmissão da doença é principalmente via aérea, por meio da disseminação de gotículas de saliva do doente que possui o vírus, ou por contato direto com saliva de pessoas infectadas. Na maior parte das vezes, a infecção se manifesta na infância.

Uma vez contaminada, a pessoa com caxumba consegue transmitir o vírus cerca de uma semana antes de aparecerem os sintomas e até nove dias depois dessas manifestações. A recomendação é de que o paciente fique longe do trabalho ou da escola, visto que pode contaminar outras pessoas.

O diagnóstico da caxumba é basicamente clínico, com avaliação médica nas glândulas. A confirmação laboratorial da caxumba vem no resultado desse exame de sangue, que apresenta anticorpos contra o paramixovírus, responsável por causar a doença.

Dessa forma, é possível excluir com certeza a hipótese de outras enfermidades ou doenças que tenham sintomas parecidos.

Quais são os tratamentos indicados para a caxumba?
Não existe um tratamento específico para a caxumba. Por ser uma infecção viral, a caxumba é tratada naturalmente pelo organismo. A indicação é aliviar os sintomas com anti-inflamatórios, repouso, medicamentos para dor, temperatura e observação cuidadosa para a possibilidade de aparecimento de complicações. No caso de inflamação nos testículos, o repouso e o uso de suspensórios escrotal são fundamentais para o alívio da dor.

Existe prevenção contra a caxumba?
A vacinação é a única maneira de prevenir a caxumba. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente a vacina Tríplice Viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, e Treta Viral, que adiciona a proteção contra varicela (catapora).

Adultos que não foram infectados pelo vírus da caxumba na infância ou na adolescência têm indicação de ser imunizados, com exceção de gestantes e imunodeprimidos graves.

— Não existe até hoje um tratamento específico para a caxumba, o que temos hoje seria a prevenção. A vacina é altamente eficaz, transformando uma das doenças mais comuns em algo raro. Ainda existe a possibilidade de uma pessoa imunizada ter caxumba, mas a transmissão é menor e com pouca gravidade — explica Helio Bacha, infectologista do Hospital Albert Einstein.

Mulheres que nunca tiveram caxumba nem tomaram a vacina devem procurar um posto para serem vacinadas antes de engravidar. Na gestação, a doença pode provocar aborto.

Deve-se ter em mente que existe a possibilidade de reinfecção quando a vacina perde a eficácia com o decorrer dos anos. Para uma pessoa que adquiriu caxumba, a recomendação é procurar um médico para diagnóstico e acompanhamento.