Movimento Econômico

As consequências macroeconômicas do conflito em Israel

Alta do preço do petróleo traz ameaça à inflação e pode impactar investimentos globais

Preço do petróleo disparou após ter recuado na semana passada - Imagem de Kristina Kasputienė por

A alta do petróleo em 4% nesta segunda-feira foi uma das principais consequências econômicas do conflito em Israel. Na semana passado, o petróleo tinha sofrido forte recuo. A elevação tem segurando o Ibovespa, índice fortemente influenciado por fatores externos. A reação nos mercados globais, no entanto, aponta para temor ao risco: as bolsas europeias fecharam em queda nesta segunda-feira.

Ações das empresas aéreas e de grandes companhias israelenses de tecnologia listadas em bolsa caíram fortemente. Uma das principais quedas foi a da Global-e Online, que atua no comércio eletrônico, cujas ações recuaram 6,14%, para US$ 37,59.

Alexandre Brito, sócio na Finacap Investimentos, diz que ainda é difícil precisar o efeito da guerra na ponta dos mercados, que nos primeiros dias tende a operar sob especulações. O que ficou claro e tende a ser muito possível, segundo ele, embora não consolidado, é o choque no petróleo, como ocorreu com a guerra na Ucrânia. Isso beneficia ações de empresas petrolíferas, a exemplo da Petrobras. Por outro lado, é preciso saber se a nova política de preços da estatal de petróleo brasileira vai repassar a alta para o consumidor final. 

Os bancos centrais diversos têm mantido os juros elevados para conter a inflação em seus países, inclusive Estados Unidos, e o mercado precifica o cenário de alta nos juros com uma inflação resiliente, reforça Brito.

Daniel Lins, da VLG Investimentos, alerta que os juros altos nos EUA farão o título do tesouro norte-americano ficar muito forte, atraindo dinheiro do mundo todo, desencadeando desequilíbrio nos investimentos gerais, principalmente em economias emergentes. 

“No Brasil, se o preço do petróleo continuar em alta, a inflação tende a crescer e isso pode levar o Banco Central a segurar o corte o nos juros para contar a alta inflacionária”, analisa Lins. Para o investidor, a remuneração trazida pelas aplicações financeiras se torna mais vantajosa.

Ontem, Israel bombardeou o Líbano, tomando como justificativa a invasão de parte dos terroristas a partir deste país. Além disso, houve o deslocamento de um porta-aviões norte-americano para o mar territorial de Israel, indicado que há uma preparação para uma eventual escalada do conflito. É preciso aguardar os próximos dias para entender melhor a tendência dos mercados.

Reunião do Condic
Hoje, a Adepe realiza 123ª Reunião do Conselho Estadual de Política Industrial, Comercial e de Serviços (Condic). É a segunda reunião do ano. A reunião prevista para 27 de junho não ocorreu, assim como a marcada para 28 de setembro. Fontes da Adepe informaram que os investimentos anunciados serão expressivos. A conferir.

Vivo é destaque global
A Lista Change the World, publicada anualmente pela revista Fortune, elege empresas que estão desenvolvendo ações para mudar o mundo. Neste ano, a Vivo foi única empresa brasileira - e do setor de telecomunicações no mundo – a constar no ranking. A empresa ocupa da 21ª posição, junto a outras 59 grandes marcas globais.

REC'n'Play para os empreendedores
A quinta edição do REC'n'Play, iniciativa do Porto Digital, Ampla Comunicação e Sebrae, será de 18 a 21 de outubro, no Recife Antigo, e abre espaço para empreendedores das áreas de tecnologia, inovação e economia criativa. As inscrições são gratuitas e já estão abertas (http://recnplay.pe).