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Caso Marielle: primeira audiência do ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, citado em delação premiada

Suel, como é conhecido, foi citado por Élcio de Queiroz e denunciado pelo Ministério Público por envolvimento na morte da vereadora e do motorista Anderson Gomes

Maxwell Simões - Reprodução/Twitter

O ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, o Suel, apontado na delação de Élcio de Queiroz como a pessoa que monitorou os passos da vereadora Marielle Franco, assassinada com seu motorista Anderson Gomes, em 2018, passará por audiência de instrução e julgamento, nesta terça-feira (10). O réu foi preso no dia 24 de julho, durante a Operação Élpis, deflagrada pela Polícia Federal e o Ministério Público do Rio, após delação premiada do ex-PM. Durante a audiência, marcada para às 9 horas, serão ouvidas testemunhas do Ministério Público do Rio e de defesa do ex-bombeiro. Suel será ouvido por videoconferência, já que está fora do estado do Rio, numa unidade de segurança máxima.

De acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público, além do monitoramento dos passos da vereadora, a participação do ex-bombeiro englobaria, ainda, a troca da placa do carro usado no assassinato e o desmanche do veículo. Cápsulas e munições usadas no crime também teriam sido desfeitas por Suel.

A audiência será acompanhada por promotores de Justiça que integram a Força-Tarefa do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado para o caso Marielle Franco e Anderson Gomes (Gaeco/FTMA). Suel responde por nesse processo por homicídio, tentativa de homicídio, concurso de pessoas e receptação.

Relembre o caso
O nome de Maxwell foi citado pelo ex-PM Élcio de Queiroz em delação premiada com a PF e com o MPRJ, ocasião em que deu detalhes sobre o atentado à parlamentar. Élcio segue preso desde 2019, assim como o ex-policial reformado Ronnie Lessa, ambos denunciados pelo Gaeco/MPRJ como executores da vereadora e do motorista Anderson Gomes.

Na delação, Élcio confessou que dirigiu o carro usado no ataque e confirmou que Ronnie Lessa fez os disparos. Maxwell teria ajudado a monitorar os passos de Marielle e participado, um dia após o crime, da troca de placas do veículo Cobalt, usado no assassinato, se desfeito das cápsulas e munições usadas, assim como providenciado o posterior desmanche do carro.

Maxwell foi mencionado pela primeira vez no inquérito da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) em um relatório de novembro de 2018. O documento apontou, com base em “dados extraídos de um colaborador da Gardênia Azul”, que Suel seria “responsável pelas atividades da milícia em Rocha Miranda”. Na época, já havia indícios que corroboravam a suspeita: Suel era sócio de empresas de venda de sinal de internet e de cestas básicas na região — atividades largamente exploradas por milícias no Rio.

Após o relatório, contudo, não foram aprofundadas as investigações sobre a participação de Suel na milícia de Rocha Miranda e supostos crimes cometidos pela quadrilha. Ele nunca foi indiciado por integrar o grupo paramilitar.