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"Vai tirar piolho desse cabelo": Renato Freitas denuncia racismo em sessão na Assembleia do Paraná

Discurso do deputado irritou evangélicos que assistiam a sessão e faziam uma manifestação anti-aborto

Renato Freitas em sessão na Assembleia Legislativa - Reprodução/O Globo

O deputado estadual Renato Freitas (PT) denunciou, nessa segunda-feira (9), um caso de racismo na Assembleia Legislativa do Paraná. Enquanto discursava na tribuna, uma mulher que assistia a sessão gritou "vai tirar piolho desse cabelo aí". Na ocasião, o parlamentar fez críticas a uma parte dos religiosos que usam o proselitismo para "explorar a boa-fé" dos fiéis.

— Os hipócritas religiosos que lotam essa Casa, que foram os mesmos que crucificaram Cristo — afirmou o deputado em uma de suas ponderações.

A fala de Freitas não agradou os manifestantes presentes, que integram uma igreja evangélica na religião e estavam nas galerias da Casa em protesto contra o aborto. Neste momento, uma mulher se manifestou com a injúria, enquanto outros espectadores gritaram e vaiaram.

O presidente da Assembleia, Ademar Traiano (PSD) pediu que os presentes não interrompessem o deputado:
— Agora, nós precisamos deixar que o parlamentar fale e porque é um direito de usar a tribuna. Vou pedir as galerias que não se manifestem — disse o presidente.

Em seguida, Freitas fez um repúdio:
— Vocês se atrapalham em seus próprios gritos de Cólera intolerância e ódio. As palavras proferidas por vocês retratam do que é feito os seus corações (...) Eu oro por vocês e espero que vocês se arrependam — disse.

Bate-boca com o presidente
Passados cinco minutos, Traiano encerrou a fala de Freitas, que discordou do presidente por considerar que ainda tinha tempo, diante das interrupções feitas pelos manifestantes.

— O senhor me respeite, o senhor me respeite — gritou Freitas, enquanto Traiano cortava todos os microfones que tentou usar.

Com a insistência, o parlamentar foi ameaçado com uma representação no Conselho de Ética.

—Vossa Excelência vive se vitimizando mais uma vez —afirmou Traiano, repetindo um argumento que já disse ao petista em mais de uma ocasião.