Rússia fracassa na tentativa de recuperar assento no Conselho de Direitos Humanos da ONU
O país foi expulso após invasão à Ucrânia, por 83 votos dos 193 Estados-membros das Nações Unidas
A Rússia fracassou, nesta terça-feira (10), em sua tentativa de recuperar um assento no Conselho de Direitos Humanos da ONU, do qual tinha sido expulsa após invadir a Ucrânia, após obter 83 votos dos 193 Estados-membros das Nações Unidas.
A Assembleia Geral da ONU votou nesta terça para eleger os 15 novos membros da organização com sede em Genebra, para mandatos compreendidos entre 2024 e 2026.
Os 47 membros do Conselho são distribuídos por regiões e cada grande grupo regional costuma pré-selecionar seus candidatos, que são aprovados depois pela Assembleia Geral.
Mas este ano, dois grupos tinham mais candidatos que assentos disponíveis: América Latina (Brasil, Cuba, República Dominicana e Peru disputavam três vagas) e Leste europeu (Albânia, Bulgária e Rússia disputavam duas vagas).
No grupo regional do Leste europeu, Bulgária e Albânia foram eleitas pela Assembleia Geral da ONU, respectivamente com 160 e 123 votos entre os 193 Estados-membros.
A candidatura russa tinha gerado ceticismo e a votação ocorreu dias depois que um ataque com mísseis contra a cidade ucraniana de Groza matou mais de 50 pessoas.
"Os Estados-membros da ONU enviaram um forte sinal às autoridades russas: um governo responsável por inúmeros crimes de guerra e contra a humanidade não tem lugar no Conselho de Direitos Humanos", comentou Louis Charbonneau, da ONG Human Rights Watch.
Para integrar o Conselho de Direitos Humanos, um país precisa de 97 votos dos 193 países-membros da ONU. Em abril de 2022, 93 países votaram a favor da suspensão da Rússia do Conselho, enquanto 24 se opuseram.
Defensores dos direitos humanos e diplomatas ocidentais tinham alertado nos últimos dias contra a reeleição da Rússia.
Os demais membros do Conselho eleitos ou reeleitos para o período 2024-2026 são: Brasil, Burundi, China, Costa do Marfim, Cuba, França, Gana, Indonésia, Japão, Kuwait, Malauí, Países Baixos e República Dominicana.