Dois brasileiros desistem de serem resgatados da Faixa de Gaza; grupo tem 15 crianças
Ônibus já foram alugados e pontos de encontro definidos, mas data de viagem segue incerta; Egito precisa autorizar entrada, e fronteira é bombardeada
O Escritório de Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia, informou nesta quarta-feira que há 15 crianças no grupo de brasileiros que tentam voltar ao país. No entanto, duas pessoas desistiram de serem resgatadas. A representação do Itamaraty no local prepara para os próximos dias uma operação para retirar 28 nacionais residentes na Faixa de Gaza, território palestino alvo de conflitos desde o último sábado, quando o grupo terrorista Hamas deu início a uma ofensiva contra Israel.
No grupo, há ainda seis mulheres adultas, uma idosa e seis homens adultos. Veja lista abaixo dos 28 brasileiros que pretendem deixar a Faixa de Gaza e voltar ao Brasil:
6 mulheres adultas
1 idosa
6 homens adultos
15 crianças
A data de saída dos brasileiros segue incerta, mas o embaixador Alessandro Candeas, chefe do Escritório de Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia, afirmou, nesta terça-feira, que a maior parte dos preparativos já foi feita.
— A logística está toda pronta. Estamos com dois ônibus alugados, com os pontos de encontro definidos. Tudo definido, apenas aguardando duas coisas: a autorização do Egito para cruzar a fronteira e que a própria fronteira esteja aberta. Ela foi bombardeada três vezes — disse Candeas ao Globo.
Entre segunda e terça-feira, o posto fronteiriço de Rafah, por onde os ônibus com os brasileiros irá passar, foi alvo de bombardeios da Força Aérea Israelense, segundo a agência AFP. O trecho, localizado ao sul, é um dos poucos caminhos para dentro e fora de Gaza que não é controlado por Israel. Por conta dos ataques, a passagem chegou a ser fechada ao longo dos últimos dias.
A incerteza quanto a possibilidade de atravessar Rafah com segurança é uma das pendências com as quais as autoridades brasileiras precisam lidar.
— Quando isso vai acontecer? Espero que o mais rápido o possível, porque a janela de segurança está se fechando. Mas realmente é muito difícil de fazer alguma previsão. Estamos atentos e muito aflitos com essa realidade. Compartilhamos a aflição de nossos brasileiros que estão querendo sair o mais rápido possível de Gaza — disse o embaixador.
Ainda segundo Candeas, a operação de resgate planejada para os próximos dias é um desafio maior para as autoridades brasileiras se comparada a outras situações semelhantes do passado:
— Bem mais complexa, pela diversidade de interlocutores e pelo alto risco — ressaltou o embaixador.