Água

Presidente da Compesa, Alex Campos, defende melhoria do uso da água

O presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) visitou, nesta quarta-feira (11), as instalações da Folha de Pernambuco

Presidente da Compesa, Alex Campos defende melhoria do uso da água - Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

O presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Alex Campos, visitou, nesta quarta-feira (11), as instalações da Folha de Pernambuco. O diretor executivo da Folha, Paulo Pugliesi; o diretor operacional, José Américo Lopes Góis; a editora-chefe, Leusa Santos; e a gerente de jornalismo da Rádio Folha FM 96,7, Marise Rodrigues, receberam o presidente, que ainda concedeu entrevista à rádio.  

Na visita, o gestor - que veio acompanhado do chefe de gabinete, José Virgínio Nogueira Neto - destacou a situação do saneamento em Pernambuco, o empréstimo externo de US$ 202 milhões (R$ 1,1 bilhão) aprovado no Senado concedido à companhia, e a possível concessão da Compesa, a partir de estudos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de novidades das obras da Adutora do Agreste.

RELEVÂNCIA
“A governadora Raquel Lyra não vai privatizar a Compesa. A Compesa não pode ser privatizada, ela é uma empresa de 50 anos que conhece o negócio que faz que é produzir, tratar e distribuir água. Há uma discussão que é primária e é mais importante: como a gente melhora a qualidade do serviço da água? Como a gente leva a água para torneira das pessoas? Como é que a gente reduz rodízio? Como é que a gente melhora a qualidade da própria água? Como tratamos também a água depois que ela é utilizada? Que é a coleta de esgoto e seu tratamento. Pernambuco vive uma situação sob o ponto de vista da disponibilidade de água que é única no Brasil. Pernambuco tem o pior racionamento do País, mais de 50% da população vive algum esquema de rodízio. Pernambuco não tem disponibilidade de água, a gente tem que buscar água muito longe para chegar à casa das pessoas e as pessoas não sabem disso.”   

PRODUÇÃO E TRANSPORTE  
“Produzir água é muito caro, transportar água é muito caro e existe uma terceira etapa que é distribuir a água, levar a água para a casa das pessoas. Então, essas duas partes do negócio da Compesa que é produzir água, depois transportá-la para tratar a água, são duas etapas. A terceira é distribuir a água. As duas primeiras etapas são absolutamente inviáveis sob qualquer discussão de privatização, porque nenhuma empresa ou grupo privado tem interesse de comprar a Compesa para investir nesse negócio que é produzir água, porque é muito caro. É caro para transportar porque tem energia elétrica, e é caro porque as distâncias são enormes para transportar água.”   

CONCESSÃO NA DISTRIBUIÇÃO  
“Na parte da distribuição da água, que é levar água tratada para a casa do cidadão, cuidar para que essa água não seja desperdiçada no caminho, melhorar o sistema de abastecimento e melhorar a condição de rodízio, tudo isso pode ser passível, e isso está sendo discutido agora, de uma eventual concessão desse serviço. Não é privatização da Compesa, não é concessão da Compesa, é concessão de um serviço, que é uma terceira etapa chamada distribuição de água, porque é nela que está a grande preocupação de todos nós, como é que a água chega na torneira das pessoas. O Tribunal de Contas falou recentemente que para universalizar água e esgoto em Pernambuco até 2033, nós precisamos de R$ 20 bilhões, é preciso depositar a energia da Compesa em alguma etapa. Me parece que aqui a gente tem que se dedicar em produzir água, e tratar água, porque só chega água na casa das pessoas se tiver produção de água, se for lá buscar e transportar. Na distribuição, é possível sim imaginar que a iniciativa privada, a exemplo do que acontece em Alagoas, Rio de Janeiro, Amapá, tem efeito.”  
 
EMPRÉSTIMO 
“Recentemente, foi aprovado no Senado Federal um empréstimo de R$ 1,1 bilhão para a Compesa demonstrando, inclusive, a capacidade financeira da Companhia no sentido de que a gente possa ir ao longo dessa jornada diminuindo a dificuldade das famílias pernambucanas. Mas é um desafio enorme, a gente reconhece que é uma distância muito grande do que as pessoas esperam daquilo que a gente consegue entregar e é por isso que a gente tem que pensar em novas alternativas. [...] É um contingente de recursos significativos, a Compesa tem assim projetos elaborados que comportam quase R$ 4 bilhões, nós vamos pegar desses R$ 4 bilhões de projetos que nós temos algo em torno de R$ 1 bilhão e encaixar nesse financiamento. Esse conjunto de recursos está voltado mais particularmente para o que a gente chama de eficientização da utilização da água, ou seja, melhorar as redes de abastecimento, para que a gente não tem estouramentos, mas sobretudo melhorar a quantidade de água disponibilizada para diminuir o número de rodízios, a intermitência.”   

ADUTORA DO AGRESTE  
“Um esforço enorme está sendo feito pela governadora Raquel Lyra através de ações que ela tem empreendido junto ao Governo Federal, no sentido da gente acelerar as obras da Adutora do Agreste. Nós estamos testando as águas que vem do São Francisco no eixo que vai até Caruaru. A gente está fazendo a testagem dessa adutora e a água bruta chega em Caruaru até dezembro. Já estamos licitando agora uma estação de tratamento e a gente vai já ter os benefícios da Adutora do Agreste em Caruaru no primeiro semestre de 2024 e isso é uma notícia maravilhosa para o Agreste de Pernambuco, porque isso vai beneficiar outras cidades do Agreste também e vai distensionar outros sistemas adutores que nós temos, como Jucazinho, que também servia àquela região que passa agora a direcionar esforços para outros municípios.”