Sexta-feira 13

Sexta-feira 13: entenda o que é "parascavedecatriafobia", condição ligada à temida data

Nos Estados Unidos, existem, inclusive, centros de tratamento que se intitulam especializados na enfermidade

Sexta-feira 13 - Karolina Grabowska / Pexels

Com uma variedade de explicações, a sensação de terror e azar na temida “sexta-feira 13” segue tradições seculares, mitologias e referências bíblicas ligadas a superstições das mais diversas. Para algumas pessoas, no entanto, é gatilho para uma condição chamada parascavedecatriafobia. A palavra representa, basicamente, um medo extremo ou aversão à data.

Essa aversão é considerada uma fobia, e também pode receber o nome de frigatriscaidecafobia. Quem sofre com o distúrbio, se sente mal sempre que a data se aproxima. Nos Estados Unidos, existem, inclusive, centros de tratamento especializados na enfermidade. Os espaços lidam de forma bem humorada com o problema e dizem promover a quebra do medo com ações relacionadas às superstições da data, como quebrar espelhos e passar embaixo de escadas.

Historicamente, a sexta-feira 13 é envolta por uma série de superstições e técnicas para afastar o suposto azar trazido por ela: desde as mais conhecidas, como não trocar olhares com gatos pretos, até outras, como a realização de simpatias e rituais.

Origem da má fama

Ao GLOBO, a bruxa, astróloga e médium Eric Satine comentou a respeito da relação da sexta-feira 13 com o cristianismo e da leitura que se fez da Bíblia, o que acabou associando a data em questão a um "dia ruim".

— A 'fama' do número 13 e, consequentemente, da sexta-feira 13, tem origem na Bíblia. Como sabemos, Judas, o discípulo que traiu Jesus, foi o 13º participante da Última Ceia. Também na Bíblia, muitas coisas infelizes aconteceram nas sextas-feiras, incluindo a crucificação de Cristo. Desde então, a data foi associada a um 'dia ruim', segundo inúmeros historiadores. Como o Ocidente é de maioria cristã, é natural que a 'maldição' dessa data fosse incutida em nossa cultura. Em outras culturas orientais, por exemplo, o 13 representa a sorte. — diz Eric.

Alguns outros paralelos com a Bíblia também são feitos há tempos. Acredita-se que foi em sextas-feiras 13 que Eva tentou Adão com o fruto proibido; o Templo de Salomão foi destruído; uma confusão obrigou que todos abandonassem a construção da Torre de Babel. No livro de Apocalipse, o fim do mundo começa no capítulo 13.

A mitologia também é usada para explicar a mítica. Segundo uma história de origem nórdica, o deus Odin realizou um banquete em que convidou outros doze deuses, totalizando 13. Loki, o deus da discórdia e do fogo, não foi convidado e, em resposta, resolveu começar uma confusão, que acabou resultando na morte de um dos 13 deuses.

A bruxa faz questão de pontuar, no entanto, que a data não é, necessariamente, má ou perigosa, como é comumente conhecida e difundida através dos filmes e de toda a cultura pop, no geral.

— Toda a cultura pop transformou essa data em algo perigoso, a se temer e que devemos ter cuidado. No entanto, não há nada nela que indique que é preciso ter cuidado. Não há nada na astrologia, na numerologia e tampouco na bruxaria. A sexta-feira 13 é um dia com uma energia incutida por nós, que acreditamos ser um dia de azar. Caso você acredite nisso, ele se torna ideal para a realização de um ritual, uma simpatia para a proteção. — afirma Eric.

Em publicação antiga feita no Instagram, em razão de outra sexta-feira 13, Eric já havia falado a respeito disso. "Assim como tudo na bruxaria, não existem energias boas e ruins, o que existe são direcionamentos e usos que você faz delas”, disse.