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Eclipse vai exibir "anel de fogo" no céu do continente americano

Fases parciais do eclipse devem durar uma ou duas horas, antes e depois

Anel de fogo: eclipse solar encanta amantes de fenômenos astronômicos - Wikimedia Commons

Observadores do céu no hemisfério ocidental foram convocados para um "encontro" astronômico neste sábado (14): um eclipse anular do Sol que vai permitir observar um "anel de fogo" ao longo do continente americano.

Isto acontece quando a Lua se posiciona entre o Sol e a Terra no ponto mais afastado de sua órbita em torno de nosso planeta. Dado que está tão distante, não cobre por completo o Sol, o que cria um efeito de "anel de fogo" laranja.

Nos Estados Unidos, o "caminho da anularidade" mais chamativo atravessará um caminho de grandes cidades e poderá ser oferecido em oito estados, como Califórnia, Nevada, Utah, Arizona, Colorado e Novo México.

Será visível a partir das 9h15 locais (13h15 em Brasília) no estado do Oregon e cruzará o céu dos Estados Unidos até aparecer por volta das 11h50 locais (13h50 em Brasília) sobre o sul do Texas.

As fases parciais do eclipse devem durar uma ou duas horas, antes e depois.

A aparência visível por entre 30 segundos e cinco minutos, em função do local de observação. Não obstante, a Nasa pede que as pessoas tomem medidas preventivas e utilizem lentes de visão solar, nunca lentes de sol regulares, para preservar sua visão.

"NÃO olhe para o Sol através de uma lente de câmara, telescópio, binóculos, ou qualquer outro dispositivo ótico e use lentes para eclipses ou uma viseira solar portátil. Os raios solares concentrados podem queimar através do filtro e causar sérias lesões oculares", advertiu uma agência espacial americana.

Nos Estados Unidos, “mais de 6,5 milhões de pessoas vivem sob a trajetória do eclipse”, disse Alex Lockwood, da Nasa, em coletiva de imprensa.

Na sequência, o eclipse atravessará o México e a América Central, para depois chegar à América do Sul, passando pela Colômbia e o norte do Brasil antes de terminar ao entardecer no Oceano Atlântico.

Para aqueles sem tanta sorte de estarem em algum ponto do trajeto do específico astronômico, a Nasa também vai fazer uma transmissão ao vivo pelo site nasa.gov/nasatv/ a partir das 12h30 (horário de Brasília) de Albuquerque, Novo México, bem como Carville, Texas, e Arenas Blancas, também no Novo México.

Foguetes
O evento também serve de aperitivo para um eclipse total que vai acontecer em abril de 2024.

Ambos os eclipses serão “absolutamente impressionantes para a ciência”, disse Madhulika Guhathakurta, cientista do programa de heliofísica da Nasa.

Os eclipses solares têm efeito notório na atmosfera superior, assim como na ionosfera, que está cheio de partículas carregadas e é responsável por refletir e refratar as ondas radiais.

“Apesar dos efeitos atmosféricos dos eclipses solares foram treinados por mais de 50 anos, ainda há muitas perguntas sem resposta”, comentou Guhathakurta.

Para estudar esses efeitos, a Nasa vai lançar três foguetes do Campo de Mísseis de Arenas Blancas, no Novo México, para coletar informações dos campos elétricos e magnéticos, a densidade de elétrons e a temperatura.

Um eclipse total foi registrado em 2017 nos Estados Unidos. Depois do eclipse total de abril do ano que vem, o próximo ocorrerá apenas em 2044, enquanto um novo eclipse anular está previsto para 2046.

Outro eclipse total também será visível da Espanha, em agosto de 2026.

O Sol é cerca de 400 vezes maior do que a Lua, mas também está a uma distância 400 vezes maior do nosso planeta. Por isso, os dois astros parecem ter um tamanho semelhante quando observados da Terra.