GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Israelenses perto da fronteira do Líbano recebem ordem de buscar abrigo

Ordem veio após aumento de tensão com o Hezbollah

Apoiadores do Hezbollah em protesto a favor da Palestina - Anwar Amro / AFP

Moradores de cidades israelenses perto da fronteira com o Líbano, incluindo os kibutzim Dan, Dafna, Snir e Goshrim, foram aconselhados a ir para abrigos e permanecer nesses locais até ordem em contrário.

A decisão foi tomada em meio à intensificação da tensão na região fronteiriça entre o grupo xiita libanês Hezbollah e Israel, que trocaram hostilidades pelo segundo dia consecutivo. Segundo o grupo libanês, que é liderado por Hashem Safi al-Din, um bombardeio israelense matou um de seus combatentes no Líbano.

Ataques de morteiros do Hezbollah em Mount Dov, no norte de Israel, feriram quatro israelenses, dois dos quais estão em estado crítico, segundo o jornal Haaretz. Já a mídia libanesa apontou a morte de dois idosos em Kfar Chouba, no sul do Líbano, após Israel realizar disparos para impedir uma infiltração terrorista.

 

O poderoso movimento xiita Hezbollah, pró-Irã, limitou-se a bombardear posições israelenses no norte, para mostrar seu apoio ao Hamas, depois do ataque terrorista lançado pelo movimento islâmico palestino em 7 de outubro, que deixou mais de 1,3 mil mortos em território israelense. Na sexta, porém, disse estar "totalmente preparado" para se somar ao Hamas no conflito contra Israel no momento certo.

Na sexta-feira, o cinegrafista da Reuters Issam Abdallah, de 37 anos, morreu e outros seis jornalistas (dois da AFP, dois da Reuters e dois da Al-Jazeera) ficaram feridos perto da cidade de Alma al Shaab, no sul do Líbano, alvo de obuses israelenses, segundo fontes de segurança libanesas. A ação, registrada ao vivo pela Reuters, teria sido uma resposta a uma tentativa de infiltração inimiga.

Neste sábado, o Exército libanês acusou Israel pela morte do profissional de mídia. Sem reconhecer explicitamente alguma responsabilidade, o Exército israelense disse que "sentia muito" pela morte de Abdallah, acrescentando que que abriu "investigações".

Também neste sábado, um porta-voz militar de Israel afirmou, em comunicado, que o Exército matou vários "terroristas" que tentavam penetrar no solo israelense a partir do Líbano. As Forças de Defesa de Israel (FDI) responderam com ataques de artilharia contra os invasores, ao mesmo tempo em que eram atingidos por um bombardeio com cerca de 30 morteiros na região do Mount Dov.

Em uma declaração oficial citada pela agência Haaretz, o Hezbollah reivindicou os ataques, afirmando ter feito disparos de morteiros e mísseis antiataque contra cinco postos militares das FDI.

No último domingo, um dia após o Hamas ter lançado uma operação contra o território israelense, o Hezbollah lançou uma série de mísseis e artilharia contra três pontos nos campos de Sheeba, disputada região fronteiriça entre os dois países, em “solidariedade" ao grupo palestino. A ação fez com que a FDI passasse a bombardear o país vizinho.

Além disso, durante protestos pró-palestinos no Líbano — que tomou conta de outros 13 países e capitais no Oriente Médio —, o vice-chefe do Hezbollah, Naim Qassem, disse que o grupo está "totalmente preparado" para se juntar ao seu aliado Hamas na guerra. Apoiado pelo Irã, a força do Hezbollah é superior a do Hamas. São cerca de 100 mil mísseis.

Na segunda-feira, um comunicado do Exército israelense informou que seus soldados “mataram vários suspeitos armados” que cruzaram a fronteira do Líbano. A infiltração frustrada foi reivindicada pelo grupo palestino Jihad Islâmica, que também recebe apoio do Irã. Na ocasião, um membro do grupo armado libanês Hezbollah foi morto.