De Braga Netto a ex-funcionária de Torres: CPI do 8 de janeiro terminará sem ouvir 26 pessoas
Às vésperas do encerramento dos trabalhos, colegiado aprovou convocações que não serão cumpridas
Instalada em maio deste ano no Congresso Nacional, a CPI do 8 de janeiro caminha para sua última semana de funcionamento. De lá para cá, 22 sessões foram realizadas pelo colegiado, nas quais vários requerimentos de convocação foram aprovados entre eles, 26 não serão cumpridos.
Um levantamento do jornal O Globo, com base nas informações disponíveis no site do Senado Federal, analisou todas as convocações apresentadas à mesa diretora da CPI desde a sua criação.
Entre as aprovações, há pedidos de esclarecimento que chegaram a ser pautados pelo colegiado, mas não resultaram em oitivas. A expectativa é de que o relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) seja apresentado nesta terça-feira (17).
Entre os depoimentos que não sairão do papel está a convocação do ex-vice-presidente Walter Braga Netto. Primeiramente, o político seria ouvido no dia 19 de setembro. O colegiado, no entanto, adiou o depoimento para 5 de outubro e, em seu lugar, o ex-assessor da Presidência Osmar Crivelatti esteve no Congresso Nacional.
Nas vésperas da data de remarcação, como noticiou Malu Gaspar, base e oposição firmaram um acordo pelo cancelamento da oitiva. O intuito seria preservar a Força Nacional de Segurança, além do ministro da Justiça Flávio Dino.
Após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições do ano passado, Braga Netto conversou com apoiadores no Palácio do Alvorada:
Não percam a fé, é só o que eu posso falar para vocês agora disse.
Um outro depoimento que não ocorreu foi o da delegada Marília Alencar, que trabalhou com Anderson Torres no Ministério da Justiça e, posteriormente, na Secretaria de Secretaria de Segurança do Distrito Federal. No caso de Alencar, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nunes Marques autorizou que ela faltasse a sessão, o que ocasionou muitas críticas no colegiado.
Alencar é investigada pela Polícia Federal por suspeita de ter planejado os bloqueios de estrada que ocorreram no segundo turno das eleições. Ela teria elaborado uma planilha com as localidades em que Lula e Bolsonaro tiveram as maiores votações na primeira disputa a maior parte das blitzes se concentraram em regiões em que o petista obteve vantagem.
Em contrapartida, em quase cinco meses de trabalho, mais de vinte pessoas foram ouvidas pelo colegiado, como o ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.
Veja lista de convocados que não irão depor:
Cíntia Queiroz de Castro; subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública
Marília Ferreira de Alencar; ex-diretora do Ministério da Justiça
Alan Diego dos Santos Rodrigues; acusado de armar bomba em aeroporto de Brasília
Braga Netto; ex-vice-presidente
Ailton Barros; acusado de participar do esquema de fraude nos cartões de vacinação
Albert Alisson Gomes Mascarenhas; participante dos atos
Antônio Elcio Franco Filho; ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde
Diomar Pedrassani; suspeito de financiar os atos
Edilson Antonio Piaia; suspeito de financiar os atos
Fernando de Souza Oliveira; ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal
Jeferson Henrique Ribeiro Silveira; motorista do caminhão-tanque onde foi transportada a bomba até o Aeroporto de Brasília
Jorge Teixeira de Lima; delegado da Polícia Civil do Distrito Federal
José Carlos Pedrassani; suspeito de financiar atos
Joveci Xavier de Andrade; suspeito de financiar atos
Leandro Pedrassani; suspeito de financiar atos
Júlio Danilo Souza Ferreira; ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal
Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra; coronel da Polícia Militar do Distrito Federal
Milton Rodrigues Neves; secretário-executivo da Secretaria Segurança Pública do Distrito Federal
Márcio Nunes de Oliveira; ex-delegado da Polícia Federal
Marcelo Fernandes; delegado da Polícia Civil do Distrito Federal
Roberta Bedin; suspeita de financiar atos
Robson Cândido; ex-diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal
Adauto Lucio de Mesquita; suspeito de financiar atos
Ainesten Espírito Santo Mascarenhas; pai de participante dos atos
Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues; ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal
Beroaldo José de Freitas Júnior; subtenente da Polícia Militar do Distrito Federal