Mãe de menino palestino morto a facadas nos EUA ligou para a polícia enquanto era atacada
Criança foi esfaqueada 26 vezes e morreu no hospital; a mãe, de 32 anos, sobreviveu ao ataque, que a polícia relaciona ao conflito Israel x Hamas
A mãe do menino morto a facadas em crime de ódio relacionado pela polícia ao conflito Israel x Hamas, em Illinois, neste sábado (14), chegou a ligar para a polícia enquanto era atacada, dizem as autoridades locais. Um cidadão americano, identificado como Joseph Czuba, de 71 anos, foi acusado de assassinato.
A criança, identificada como Wadea Al-Fayoume, de 6 anos, foi esfaqueada 26 vezes e morreu no hospital. A mãe, identificada como Hanaan Shahin, de 32 anos, deve sobreviver ao ataque “perverso”, segundo um comunicado do gabinete do xerife do condado de Will, em Illinois. Ela também foi esfaqueada dezenas de vezes.
“Os detetives conseguiram determinar que ambas as vítimas deste ataque brutal eram alvos do suspeito, já que eram muçulmanas, e por causa do conflito em curso no Oriente Médio, envolvendo o Hamas e os israelenses”, afirma o comunicado, que localizou o assassinato 64 quilômetros a oeste de Chicago.
O gabinete do xerife não forneceu mais detalhes nem esclareceu as nacionalidades das vítimas, mas o escritório de Chicago do Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR) descreveu o menor como palestino-americano.
As vítimas estavam "dentro da residência, em um quarto. Ambas apresentavam múltiplas facadas no peito, tronco e extremidades superiores", disse o comunicado.
Uma faca de serra de estilo militar com lâmina maior que 17 centímetros foi retirada do abdômen da criança durante a autópsia, afirma o documento.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou momentos depois que o ataque foi um "ato de ódio horrível".
Quando a polícia chegou, encontrou Czuba sentado no chão, perto da entrada de sua residência, com um ferimento na testa. Ele foi levado ao hospital para ser atendido antes de ser acusado de homicídio, tentativa de homicídio e duas acusações de crimes de ódio.
"Ele bateu na porta e tentou sufocá-la, e disse 'vocês, muçulmanos, devem morrer'", disse o chefe do CAIR Chicago, Ahmed Rehab, aos repórteres, citando uma das mensagens de texto enviadas pela mulher, enquanto estava no hospital, ao pai do menino assassinado.