Guerra entre Israel e Hamas afeta Feira do Livro de Frankfurt
O evento abre as portas na quarta-feira e vai até domingo
A Feira do Livro de Frankfurt, o maior evento editorial do mundo, descreveu nesta terça-feira (17) como um "desastre" a ausência de vários países de maioria muçulmana que se recusaram a participar, em protesto ao apoio dos organizadores do evento a Israel, depois do ataque sem precedentes do grupo palestino Hamas.
O evento abre as portas na quarta-feira e vai até domingo.
E, nesta terça, os organizadores voltaram a condenar o ataque sem precedentes do movimento islâmico em 7 de outubro em território israelense, ao qual Israel respondeu com bombardeios incessantes contra a Faixa de Gaza.
"Estamos horrorizados", declarou o diretor do evento, Jürgen Boos, em entrevista coletiva, na qual expressou sua empatia "por aqueles, cujos entes queridos foram vítimas desta violência desmedida, e por todos aqueles em Israel e na Palestina que sofrem com a guerra".
A posição dos organizadores foi considerada excessivamente centrada em Israel, uma vez que o programa foi alterado para dar um lugar predominante aos autores israelenses.
Isso levou a um boicote, por parte de vários grupos editoriais de países muçulmanos, e ao anúncio da ausência de vários países de maioria muçulmana.
Outra polêmica que marcou a feira foi a decisão de adiar a cerimônia de entrega de um prêmio à escritora Palestina Adania Shibli, atribuído pela associação Litprom.
A Litprom decidiu não realizar uma cerimônia na feira, "devido à guerra deflagrada pelo Hamas", e mais de 600 personalidades do mundo da literatura publicaram uma carta de protesto.
Apesar das polêmicas, este ano a feira contará com a participação do escritor Salman Rushdie, que vive desde 1989 sob a ameaça de uma fatwa islâmica que pede seu assassinato devido ao livro "Os Versos Satânicos".
É grande a expectativa com a presença do escritor nascido na Índia, mas que tem dupla nacionalidade (americana e britânica). Após ser esfaqueado em 2022 em uma conferência perto de Nova York, ele perdeu um olho no ataque e ficou meses sem escrever.