Chanceler brasileiro cita conversa com Lula e diz que Conselho deve promover fim das hostilidades
Mauro Vieira afirmou que Brasil deve usar presidência do Conselho para buscar entendimento na região da Faixa de Gaza
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o Brasil irá utilizar sua posição na presidência do Conselho de Segurança para que o órgão promova a suspensão das hostilidades e a negociação da paz entre Israel e Palestina. O chanceler concedeu entrevista ao programa "A Voz do Brasil", do governo federal.
Vieira afirmou que conversou na noite desta segunda-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e apresentou a ele o relato sobre a reunião do Conselho de Segurança no domingo.
De acordo com o chanceler, participaram da reunião fechada nas Nações Unidas os 15 membros do conselho, além do representante especial do secretário-geral da ONU para o Oriente Médio, que apresentou um relato sobre a situação na Faixa de Gaza.
— A estratégia é, justamente estando o Brasil na presidência do Conselho de Segurança da ONU, usar o Conselho de Segurança como um foro para se discutir as questões que afetam a paz e a segurança internacional.
Essa é a função do Conselho de Segurança. Então, o Brasil tem esse instrumento mas no sentido de promover a paz, o entendimento, a negociação e, sobretudo, a suspensão imediata das hostilidades.
De acordo com o ministro, a posição adotada pelo Brasil é a de que os atos violentos devem ser interrompidos e de condenação das violências e do derramamento de sangue.
— Mas achamos que, sobretudo estando o Brasil na presidência do Conselho de Segurança nesse mês, temos que trabalhar para que haja um entendimento, uma discussão e uma cessação das hostilidades e um início de um processo de negociação de paz — afirmou.
Vieira confirmou ainda a operação do Itamaraty, em conjunto com a Força Aérea Brasileira, para repatriar os brasileiros que vivem na região. Segundo ele, a expectativa é de que cerca de 2200 brasileiros retornem ao país.
— Os voos de repatriação estão começando agora, foi uma grande manobra para repatriar e, evidentemente, feita em conjunto com a FAB, são seis aviões militares que vão trazer os brasileiros que já se inscreveram na Embaixada do Brasil, são cerca de 2200 ou 2300.
Portanto, será uma grande operação de retirada dos brasileiros que o governo do presidente Lula está empenhado em garantir — afirma.