MUNDO

Putin acusa COI de 'discriminação étnica' contra atletas russos

O debate sobre a participação afeta o mundo do esporte nos últimos meses

Comitê Olímpico Internacional - Gavriil Griforov/AFP

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou nesta quinta-feira (19) o Comitê Olímpico Internacional (COI) de "discriminação étnica" contra os atletas do país, que poderão participar em número limitado nos Jogos de Paris-2024 e com bandeira neutra devido à invasão da Ucrânia.

"Graças a alguns dirigentes do atual Comitê Olímpico Internacional, aprendemos que os Jogos podem ser utilizados como um instrumento de pressão política contra pessoas que não têm nada a ver com a política e como um (instrumento) grosseiro de discriminação racista", disse Putin em um discurso sobre o esporte em Perm, na região dos Urais.

O presidente russo disse que para o COI "um convite aos Jogos não é um direito incondicional dos melhores atletas, e sim uma espécie de privilégio".

O debate sobre a participação ou não dos atletas russos e bielorrussos nos Jogos de Paris afeta o mundo do esporte nos últimos meses.

Os atletas russos foram suspensos de todas as competições internacionais após o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Em março de 2023, o COI recomendou a reintegração dos atletas às competições internacionais, sem tomar uma decisão definitiva sobre os Jogos Olímpicos, caso competissem sob bandeira neutra, a título individual e se não tivessem "apoiado ativamente a guerra na Ucrânia".

Sobre os Jogos de 2024, o COI afirmou que tomaria uma decisão "no momento apropriado".

A Ucrânia ameaçou boicotar os Jogos de Paris caso russos e bielorrussos sejam autorizados a participar do evento.

Em outra disputa, no dia 12 de outubro, o COI suspendeu o Comitê Olímpico Russo por ter colocado sob a sua autoridade diversas organizações esportivas de regiões ucranianas ocupadas pelo exército russo.

O Comitê Internacional Paralímpico (IPC) votou a favor da participação de russos e bielorrussos sob bandeira neutra e sob rígidas condições de neutralidade nos Jogos Paralímpicos de Paris no próximo ano.