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Melatonina: que é, para que serve e quando usar

Hormônio liberado pela glândula pineal atua na regulação do ciclo circadiano e pode ser vendido como suplemento alimentar no Brasil

Pelo menos 72% da população no Brasil sofre de problemas relacionados ao sono - Pexels

A melatonina é uma substância muito utilizada para ajudar a adormecer e passou a ter um acesso maior no país desde que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permitiu a sua comercialização como suplemento alimentar no final de 2021. No entanto, há casos específicos em que ela é de fato efetiva, e especialistas recomendam que seja consumida apenas com orientação médica.

O que é a melatonina?
A melatonina é um hormônio produzido na glândula pineal, no cérebro, que auxilia na regulação do relógio biológico do corpo humano. Durante o dia, por exemplo, é pouco produzida, já que a luz do sol estimula a liberação de outro hormônio, o cortisol.

Para que serve a melatonina?
No entanto, quando começa a anoitecer, o organismo passa a reduzir a produção do cortisol e a aumentar a liberação da melatonina. Com isso, começa a estimular as mudanças ligadas ao repouso, como o próprio sono, a menor atividade cardiovascular, a diminuição da pressão e até mesmo da temperatura corpórea.

Onde a melatonina é encontrada?
Além de produzida pelo corpo humano, a melatonina também é encontrada em pequenas concentrações em diversos alimentos como morango, cereja, uva, banana, abacaxi, laranja, mamão papaia, manga, tomate, azeitona, cereais, vinhos, carne (frango, carneiro, porco), leite de vaca, entre outros.

Quem não pode tomar melatonina?
A autorização concedida pela Anvisa em 2021 foi justamente para a venda da melatonina como um suplemento alimentar, exclusivamente para pessoas a partir de 19 anos e com um limite de consumo diário de 0,21 mg. Não há necessidade de receita, mas gestantes, lactantes, crianças e pessoas envolvidas em atividades que requerem atenção constante não devem ingeri-lo.

É bom tomar melatonina para dormir?
A Anvisa não permite alegações terapêuticas associadas à melatonina. Ainda assim, é comum utilizar o suplemento à base do hormônio para estimular o sono. De acordo com um posicionamento da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a melatonina até pode facilitar o adormecer, mas não é um indutor direto do sono, como os medicamentos direcionados para insônia.

A entidade explica que a suplementação é mais efetiva como reposição, ou seja, casos como os de idosos, com uma redução natural de cerca de 75% na produção do hormônio, são mais beneficiados.

Além disso, pessoas com distúrbios no ritmo circadiano, muitas vezes pela deficiência da substância, também podem ter resultados positivos com o uso da melatonina. O suplemento pode ser útil ainda em casos de jet lag, para auxiliar no ajuste do organismo ao novo fuso horário.

Qual é o melhor horário para tomar melatonina?
O mais indicado é tomar a melatonina cerca de meia hora a uma hora antes de ir dormir. Porém, segundo o Instituto do Sono, pode demorar mais de uma semana de uso para o hormônio começar a ter uma ação no ritmo vigília-sono. O tempo varia conforme o funcionamento de cada organismo e as disfunções associadas ao ciclo circadiano.

Existem riscos da melatonina?
Não foram observados efeitos colaterais graves do uso da melatonina. No entanto, os especialistas destacam que nenhum medicamento ou suplemento, como é o caso do hormônio, deve ser utilizado sem indicação médica.

Quando tomado em horários ou doses inadequadas, por exemplo, a melatonina pode causar sonolência durante o dia e aumentar o risco de acidentes.

Fontes: Instituto do Sono; Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia; Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Hospital Israelita Albert Einstein.