IBC-Br

Índice de atividade econômica do Banco Central cai 0,77% em agosto

Resultado veio um pouco abaixo do que previa a mediana do mercado financeiro, que esperava recuou de 0,6%

Banco Central - Gil Ferreira/Agência CNJ

O índice de atividade econômica do Banco Central, IBC-Br, recuou 0,77% em agosto, na série com ajustes sazonais. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve crescimento de 1,3%, com alta acumulada no ano de 3%.

A queda no mês veio um pouco pior do que a mediana de projeções do mercado. Segundo o Departamento de Estudos Econômicos do Bradesco, a estimativa apontava para uma redução de 0,6% em agosto.

Nesse mês, segundo dados do IBGE, houve recuo no comércio (-0,2%) e nos serviços (-0,9%), com uma pequena alta da indústria (0,4%). O IBC-Br utiliza esses dados para formular o seu índice de atividade.

Segundo o economista Alberto Ramos, do banco americano Goldman Sachs, o indicador agora aponta que a economia brasileira está 4,9% acima de fevereiro de 2020, quando teve início a pandemia de Covid-19, mas 1,5% abaixo do melhor momento, registrado em dezembro de 2013.

Desaceleração
O mercado financeiro espera que a economia brasileira desacelere nos dois últimos trimestre do ano, pelo efeito da política de juros altos do Banco Central. Apesar do início da queda da Selic, em julho, a melhora só deve ser sentida no segundo semestre do próximo ano, segundo integrantes da própria equipe econômica.

Alberto Ramos aponta, contudo, que os estímulos dados pelo governo, com o aumento do Bolsa Família, e o mercado de trabalho aquecido podem atenuar esse cenário negativo no final deste ano.

A Selic foi mantida em 13,75% até a reunião de 22 de junho, e já sofreu dois cortes de meio ponto, recuando parar 12,75%. A taxa, no entanto, ainda é considerada "restritiva" para a atividade econômica. O BC já sinalizou novos cortes de meio ponto nas próximas reuniões do Copom.

Ainda assim, o PIB deste ano tem sido revisado para cima, depois das surpresas para melhor com os resultados do primeiro e do segundo trimestres, puxados principalmente pela agricultura. Conforme o Boletim Focus, o país deve encerrar 2023 com crescimento de 2,92%.