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Dipirona: o que é, para que serve, como usar e contraindicações

Medicamento analgésico e antitérmico é um dos mais utilizados no Brasil para combater dores e febre

Remédio (imagem ilustrativa) - Agência Brasil

A dipirona é um anti-inflamatório não esteroidal (AINE) com ação antitérmica (alívio de febres) e analgésica (alívio de dores). Pode ser encontrado com os nomes comerciais de Novalgina, Dorflex, Neosaldina, Lisador Dip, Benegrip, entre outros. É um dos medicamentos para queixas do tipo mais utilizados no Brasil.

Um estudo publicado na revista científica do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein analisou um grupo de pacientes com sintomas como febre e dores de cabeça e constatou que mais de 90% daqueles que utilizaram algum medicamento analgésico optaram pela dipirona.

Qual o efeito que a dipirona faz?
O mecanismo de ação da dipirona é pela inibição da síntese de prostaglandina, que são sinais químicos envolvidos no processo de inflamação, dor e febre no corpo.

Quanto tempo a dipirona demora a fazer efeito?
Geralmente, a dipirona leva de 15 a 30 minutos para fazer efeito no organismo. A concentração máxima da substância absorvida ocorre de 1 a 2 horas após o uso do medicamento.

A dipirona pode ser encontrada em formato de gotas ou comprimidos, e a líquida costuma ter uma ação mais rápida. Há ainda a dipirona injetável, porém de uso restrito hospitalar.

Quando se deve tomar dipirona?
A dipirona é indicada para combater febres e dores no geral, entre elas:

Dor de cabeça;

Dor muscular;

Cólica renal;

Cólica menstrual;

Dor pós-operatória;

Dores de outras origens.

Embora seja um AINE, ela não é indicada para casos de inflamação em si por ter uma ação anti-inflamatória fraca.

Precisa de receita para comprar dipirona?
Para comprar o remédio, não é preciso receita médica. No entanto, é aconselhável compartilhar com um profissional da saúde no caso de queixas sucessivas, pois elas podem mascarar outro problema de saúde.

Quem não pode tomar dipirona?
Em relação à idade, menores de três meses não devem tomar dipirona. De três meses a 15 anos, o medicamento deve ser utilizado apenas em formato de gotas.

Além disso, a dipirona é contraindicada para:
Gestantes;

Mães em amamentação;

Pessoas com alergia ou intolerância à dipirona, ou a qualquer um dos componentes da formulação, ou a outras pirazolonas, ou a pirazolidinas;

Indivíduos com função da medula óssea prejudicada ou doenças do sistema hematopoiético (responsável pela produção das células sanguíneas);

Pessoas que tenham desenvolvido broncoespasmo ou outras reações anafilactoides, como urticária, rinite, angioedema com uso de medicamentos;

Aqueles com porfiria hepática aguda intermitente, uma doença metabólica e

Indivíduos com deficiência congênita da glicose-6-fosfato-desidrogenase.

Faz bem tomar dipirona?

A dipirona é um medicamento altamente eficaz no combate a dores e febre. No caso dos comprimidos, que podem ser de 500mg ou de 1g, pode-se tomar uma ou duas unidades até no máximo quatro vezes ao dia, a cada seis horas. No entanto, em casos de dores leves a moderadas, apenas um único comprimido costuma solucioná-la.

O limite de gotas também é de quatro vezes ao dia, mas a quantidade em cada uma vai variar a depender do peso do indivíduo. Crianças com menos de 15 anos devem tomar dipirona apenas em formato líquido.

Quais os riscos da dipirona?
Em casos de superdosagem, o medicamento pode causar náuseas, vômitos, dores abdominais, tontura, sonolência e queda na pressão sanguínea. No geral, as avaliações de agências reguladoras como a Anvisa consideraram o medicamento seguro para uso.

Segundo as fabricantes, reações adversas como distúrbios cardíacos, gastrointestinais, imunológicos, renais, entre outros, são raras. Uma delas, a agranulocitose, costuma chamar a atenção por ter levado alguns países, como Estados Unidos, a não permitirem a venda do medicamento nos anos 1970.

O diagnóstico é uma queda abrupta de determinadas células do sistema imunológico, o que deixa o indivíduo mais suscetível a infecções. Embora haja tratamento, é considerado grave e potencialmente fatal.

No entanto, os estudos que citaram o risco associado à dipirona apresentaram falhas, e evidências mais recentes apontaram uma incidência muito baixa do problema. Um trabalho envolvendo o Brasil, por exemplo, encontrou somente 0,38 caso por milhão de habitantes/ano num acompanhamento de três anos.

Além disso, um estudo publicado na revista científica Journal of Clinical Epidemiology, ainda em 1998, concluiu que, no geral, a dipirona é mais segura até mesmo do que outros analgésicos comuns, como a aspirina, o diclofenaco e o paracetamol.

O que é melhor para dor: dipirona ou paracetamol?
Ambos são analgésicos considerados eficazes. Porém, alguns estudos que envolveram uma comparação dos dois remédios no combate a dores pós-operatórias sugeriram que a dipirona tem uma eficácia superior à do paracetamol.