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Vasectomia: como funciona, valores e regras para fazer no SUS

Método contraceptivo masculino envolve uma intervenção cirúrgica simples e está disponível gratuitamente na rede pública

Vasectomia - FreePik

A vasectomia é um procedimento que impede o homem de ter filhos. É considerado um dos métodos contraceptivos mais eficazes e está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, a reversão é difícil e nem sempre possível. Por isso, é uma decisão que demanda uma avaliação cautelosa do indivíduo antes de ser tomada.

O que é a vasectomia?
A vasectomia é um procedimento cirúrgico simples, sem necessidade de internação hospitalar, para impedir os homens de terem filhos. Ela dura geralmente 30 minutos, e o paciente pode retomar a atividade sexual após os pontos do local caírem, o que ocorre em até uma semana.

No entanto, outros métodos contraceptivos ainda são necessários por cerca de três meses após a cirurgia. Durante esse tempo, ainda há chance de ocorrer uma gravidez.

Além disso, é importante lembrar que a vasectomia impede apenas a ocorrência de uma gestação, não protegendo o indivíduo da contaminação por Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) devido ao não uso do preservativo.

Como funciona a vasectomia para o homem?
A vasectomia é uma cirurgia simples. Primeiro, é utilizada uma anestesia local na região do saco escrotal. Em seguida, é feita uma incisão de cerca de 1 cm a 2 cm na pele, sem atingir os testículos. Por meio dela, o médico identifica os ductos deferentes, que são canais que ligam os dois testículos ao pênis, levando os espermatozoides.

Nesse momento, segundo o Centro Brasileiro de Urologia (CBU), o profissional faz um corte em cada um dos ductos e retira um fragmento deles. As extremidades dos canais são então seladas. Com isso, os espermatozoides não conseguirão mais chegar ao pênis e, consequentemente, não haverá risco de ocorrer uma gravidez.

Os testículos ainda continuarão a produzir espermatozoides, mas eles morrerão no ducto deferente e serão absorvidos pelo corpo. Além disso, o procedimento não interfere na produção de hormônios masculinos ou no desempenho sexual.

O homem submetido à vasectomia também não deixa de ejacular. Isso porque o sêmen não é composto apenas pelos espermatozoides – na verdade, os gametas representam apenas cerca de 10% da sua composição.

O restante é formado pelo líquido prostático (liberado pela próstata) e pelo líquido seminal (produzido pelas vesículas seminais), que continuarão a ser eliminados, mas não são capazes de gerar uma gestação.

Quantos anos dura a vasectomia?
A vasectomia é um procedimento permanente, ou seja, que dura para a vida toda. A única exceção é quando o homem decide passar por outra cirurgia para reverter a esterilização e voltar a ter a capacidade de gerar filhos biológicos.

No entanto, esse é um procedimento difícil e que nem sempre será bem-sucedido. Além disso, não está disponível no SUS, apenas em clínicas particulares.

Qual é o valor de uma vasectomia?
O valor médio de uma vasectomia em clínicas particulares oscila entre R$ 1 mil e R$ 10 mil no Brasil. Ele varia a depender do profissional médico, do local em que a cirurgia será feita e do paciente.

Quem pode fazer vasectomia no SUS?
A vasectomia está disponível para todos os brasileiros de forma gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS). Para isso, o homem precisa ter ao menos 21 anos. Aqueles com idades inferiores que quiserem também podem passar pelo procedimento, mas apenas se tiverem pelo menos 2 filhos.

Para realizar a vasectomia, é preciso manifestar a vontade na Unidade Básica de Saúde mais próxima. Existe um prazo mínimo entre a solicitação e o procedimento de 60 dias, para que o indivíduo tenha certeza se quer de fato passar pela cirurgia.

É possível ficar grávida de um homem que fez vasectomia?
A vasectomia é um dos métodos contraceptivos mais eficazes e seguros que existem. Segundo o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS), chega a ser 99% eficaz em impedir a gestação. Porém, ela não é imediatamente efetiva.

De acordo com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH), o homem precisa aguardar cerca de três meses, em média 25 ejaculações, depois da cirurgia para que todos os espermatozoides que já estavam no ducto deferente sejam eliminados. Antes disso, ainda haverá risco de uma gestação.

A depender do profissional que acompanha o procedimento, pode ser solicitado ainda um exame chamado espermograma para medir a quantidade de espermatozoides no sêmen e garantir que não há mais gametas no líquido antes de liberar o paciente para ter relações sexuais sem o uso de outros contraceptivos.

Fontes: Ministério da Saúde; Centro Brasileiro de Urologia (CBU); Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH); Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS); Universidade John Hopkins e Mayo Clinic.