Exército de Israel entra em Gaza por terra para "operações pontuais" e continua ataques aéreos
Operação terrestre, assim como outras já realizadas, não corresponde à invasão em larga escala anunciada por autoridades israelenses
As Forças Armadas de Israel afirmaram ter entrado no norte da Faixa de Gaza para operações de contraterrorismo entre a noite de domingo e a manhã desta segunda-feira — um avanço contra o território palestino, mas que ainda não corresponde à invasão terrestre anunciada pelas autoridades nas últimas semanas — em um momento em que os EUA advertem os israelenses para adiarem o ataque para permitir conversas para liberação de reféns.
Não é a primeira vez que os militares israelenses entram por terra no território de Gaza. Na semana passada, autoridades já haviam comentado sobre incursões terrestres do Exército, em algo apontado por analistas como possíveis tentativas de identificar o cativeiro dos cerca de 200 reféns sequestrados pelo Hamas no ataque de 7 de outubro.
Apesar disso, as incursões vistas até o momento não são o mesmo que a invasão em larga escala anunciada pelo governo israelense. O ministro da Defesa, Yoav Gallant, chegou a afirmar, na semana passada, que a ocupação do território palestino se tornaria uma "guerra de baixa intensidade", com as forças israelenses dentro do enclave para eliminar alvos do Hamas.
Além das incursões por terra, a campanha de bombardeios continuou durante a noite. O grupo terrorista afirmou, nesta segunda-feira, que mais de 60 palestinos morreram em ataques aéreos noturnos. O Exército israelense, por sua vez, informou que atingiu "mais de 320 alvos militares na Faixa de Gaza" nas últimas 24 horas.
"Os alvos terroristas atacados incluíram túneis com terroristas do Hamas, dezenas de centros de comando operacionais (...) e terroristas da Jihad Islâmica, complexos militares e postos de observação", afirma um comunicado militar.
As ofensivas acontecem em um momento em que os Estados Unidos tentam convencer Israel a adiar a esperada invasão por terra. Em Washington, a expectativa é de que a ofensiva militar não ocorresse antes de uma negociação pela liberação dos reféns com o Hamas. A moeda de troca, de acordo com fontes citadas pelo New York Times, seria o envio de mais ajuda humanitária aos palestinos. Ao jornal israelense Haaretz, fontes diplomáticas do país negaram haver pressão americana.