''Quero dizer que a amo'', diz neto de israelense libertada pelo Hamas
Grupo disse que decidiu liberar os prisioneiros ''por razões humanitárias e médicas''
O neto de Yocheved Lifshitz, que foi libertada na Faixa de Gaza nesta segunda-feira (23) depois de ter sido raptada pelo Hamas no dia 7 de outubro, disse que espera pelo reencontro com a avó. Questionado pelos jornalistas sobre o que falaria a ela, Daniel Lifshitz afirmou: “Que dizer que eu a amo”.
As Brigadas al-Qassam, braço armado do Hamas, libertaram duas prisioneiras de Gaza após mediação do Catar e do Egito, disse o porta-voz Abu Obaida. Além de Yocheved, Nurit Yitzhak também foi entregue para a Cruz Vermelha.
"Esperamos verdadeiramente que este seja apenas o começo da libertação de todos os reféns restantes", acrescentou Daniel Lifshitz. Ele disse ainda que a família está "feliz e satisfeita com o anúncio oficial" sobre o regresso das duas reféns.
O Times Of Israel divulgou fotos de Nurit Yitzhak, de 80 anos, e Yocheved Levschitz, de 85 anos, em uma ambulância da Cruz Vermelha.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha afirmou em um comunicado que "facilitou a libertação de mais dois reféns, transportando-os para fora de Gaza esta noite". E acrescentou que "o nosso papel como intermediário neutro entre as partes em conflito torna este trabalho possível. Estamos prontos para visitar os reféns restantes e facilitar qualquer libertação futura. Estamos satisfeitos por estas pessoas se reunirem em breve com as suas famílias e entes queridos".
"Decidimos libertá-los por razões humanitárias e médicas", acrescentou. A libertação foi feita após mediação do Catar e do Egito, segundo Obaida.
Segundo estimativas dos responsáveis do kibutz, cerca de um quarto dos seus 400 habitantes foram mortos, raptados ou estão desaparecidos desde os ataques de 7 de outubro. De acordo com as autoridades de Israel, mais de 220 israelenses, estrangeiros e com dupla nacionalidade foram levados à força para o enclave palestino por combatentes do Hamas.
De acordo com Obaida, Yitzhak e Levschitz são as mesmas duas prisioneiras que o Hamas tentou libertar na sexta-feira, mas Israel teria se recusado a levá-las. Na ocasião, o governo de Israel tratou a afirmação do Hamas como "propaganda".
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse, na sexta-feira: "Continuaremos a fazer tudo o que for necessário para trazer todos os cativos e desaparecidos de volta para casa".
As autoridades israelenses ainda não fizeram comentários públicos sobre a libertação dos dois reféns nesta segunda-feira.
Americanas libertadas
O Gabinete de Netanyahu divulgou na última sexta-feira a primeira imagem das duas americanas que estavam sequestradas e foram libertadas pelo Hamas. Judith Raanan, 59, e sua filha, Natalie Raanan, 17, foram fotografadas minutos após a libertação na fronteira de Gaza com Israel.
Judith e Natalie aparecem na foto de mãos dadas com o general aposentado das Forças Armadas de Israel (FDI) Gal Hirsch. Ele foi nomeado por Netanyahu como articulador para a liberação de reféns na Faixa de Gaza.
A libertação das duas havia sido confirmada mais cedo pelo Gabinete de Netanyahu. A operação para libertação das duas teve mediação do Catar e foi facilitada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que transportou as americanas de Gaza para Israel.
"A libertação de duas reféns em Gaza hoje é uma ponta de esperança. Estamos extremamente aliviados por elas poderem se reunir com suas famílias após duas semanas de agonia", afirmou o CICV em nota. "O CICV continua exigindo a libertação imediata de todos os reféns. (...) É essencial que as partes em conflito mantenham um mínimo de humanidade mesmo durante o pior da guerra.