júri popular

Empregada doméstica diz que Danilo e Jussara se queixavam de dores na coluna um dia após o crime

Josefa da Conceição dos Santos, de 57 anos, deixou o Fórum de Camaragibe por volta das 18h desta terça-feira (24)

Josefa da Conceição dos Santos, de 57 anos, ex-diarista da família - Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

A empregada doméstica Josefa da Conceição dos Santos, de 57 anos, que trabalhava na casa onde o advogado e médico cardiologista Denirson Paes da Silva morava e acabou morto e esquartejado em 2018, em Aldeia, foi uma das testemunhas ouvidas no primeiro dia do júri popular que tem como réu Danilo Paes, filho do profissional de saúde. 

O julgamento acontece no Fórum Desembargador Agenor Ferreira de Lima, na cidade de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR), com previsão de se estender por quatro dias.

A mulher trabalhou na casa da família pelo período de cinco anos. Nesse recorte de tempo, garante não ter presenciado nenhum tipo de violência entre Denirson e Jussara Paes, como o grupo de defesa do filho afirma.

Jussara era casada com o médico, com quem tem dois filhos. Na Justiça, acabou condenada pela morte do marido e cumpre pena de 19 anos e 10 meses. O julgamento atual é para saber se o filho teve participação.

“Não via briga deles dois de jeito nenhum. Nunca. Já a vi de short e camiseta. Não tinha mancha de nada. Lá dentro eu contei a verdade”, diz.

Ela informou ainda que um dia após o crime, Danilo e a mãe se queixaram de dores na coluna.

“Eu perguntei o que ela (Jussara) havia feito. Ela respondeu que limpou a casa e colocou veneno de rato. Eu disse a ela que ia fazer aquilo. Quando deu duas horas da tarde, Jussara saiu. Danilo estava no quarto chorando muito e tomando remédio para dormir”, explicou Josefa, que revelou ter ganho dois dias de folga da patroa, justamente no período em que a morte aconteceu.

 
 
 
 
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“Só fala mentiras”
A empregada doméstica, que deixou o local por volta das 18h desta noite, trouxe detalhes do que foi falado por Jussara no julgamento, apontando mentiras.

“Ela (Jussara) só fala mentiras. Nem o advogado dela aguenta. Ele (o advogado) diz o que Jussara diz a ele, mas eu vivi lá. Ele não gostava de discussão nem de estar ‘batendo boca’. Era um excelente pai, doutor e patrão”, garante.

A mulher, segundo a empregada, chegou a citar que o relacionamento amoroso era abusivo e que foi casada de forma forçada.

“Ela disse que foi casada à força, quando ainda era uma adolescente de 14 anos. Disse que ele era manipulador, agressivo e obsessivo. Não é verdade”, diz.

Casa limpa 
Relembrando que ganhou folga da então patroa por dois dias, no período em que o crime aconteceu, Josefa disse que quando retornou ao trabalho, numa sexta-feira, sentiu estranheza com o ambiente limpo e não encontrou mais com o médico.

“Quando cheguei na sexta-feira, a casa estava limpa e organizada. Ela e o filho se queixavam de dores nas costas. Ele acordou duas da tarde e disse que estava com dor”, frisa por fim.