Lula afirma que avalia criar ministério para Segurança Pública em meio à crise na Bahia e no Rio
Lula afirmou que está "pensando quais condições" para a criação do novo ministério e como ele poderia interagir com a segurança nos estados
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira que avalia criar uma pasta exclusiva para a Segurança Pública. Lula afirmou que está "pensando quais condições" para a criação do novo ministério e como ele poderia interagir com a segurança nos estados.
— Quando fiz a campanha, eu ia criar o Ministério da Segurança Pública, ainda estou pensando em criar, pensando quais são as condições que você vai criar, como é que vai interagir com a questão de segurança do estado, porque o problema da segurança é estadual — afirmou durante a live.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, tem sofrido pressão por uma ala do PT que defende o desmemebramento do Ministério da Justiça, com uma pasta voltada apenas para a segurança Pública. Um dos argumentos é que a medida deixaria clara a prioridade do governo em relação ao tema.
Dino, no entanto, tem mantido o seu argumento de que a área já é central na atual configuração e que desmemebrar o ministério prejudicaria o bom desempenho das ações de justiça e segurança. A possibilidade da separação também já foi descartada publicamente pelo ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que afirmou que o assunto não estava na mesa.
O governo tem sido pressionado pela crise de segurança nos estados da Bahia e Rio de Janeiro. Com isso, tem tentado emplacar uma marca na segurança pública. Recentemente, o ministério da Justiça e Segurança Pública lançou o Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas e anunciou reforço federal para os dois estados.
Nesta terça-feira, Lula afirmou que vai conversar com o ministro da Defesa, José Múcio, para intensificar a atuação das Forças Armadas em portos e aeroportos para combater o crime organizado no Rio de Janeiro. A capital fluminense sofreu na segunda-feira o maior ataque efetuado pela milícia após a morte do paramilitar Faustão na Zona Oeste da cidade, com 35 ônibus incendiados.
Lula, no entanto, descartou a possibilidade de uma intervenção do Rio, a exemplo do que ocorreu no governo de Michel Temer, quando o general Walter Braga Netto assumiu a gestão da segurança no estado. Nesta terça, o governador Cláudio Castro anunciou ainda que pedirá reforço das Forças Armadas para atuar em áreas de competência federal.