Dino vai à Câmara após faltas e alegação de falta de segurança
Parlamentares da oposição se mostraram indignados após Dino ter justificado ausências por uma suposta "falta de segurança" de ir ao colegiado
O ministro da Justiça, Flávio Dino, comparece à Câmara para prestar informações à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, nesta quarta-feira (25), após duas ausências em convocações para prestar depoimento à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Parlamentares da oposição se mostraram indignados após Dino ter justificado a ausência desta terça-feira por uma suposta "falta de segurança" de ir ao colegiado. Em ofício encaminhado ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), Dino justificou a falta às ameaças feitas por parlamentares do colegiado que, segundo ele, representam "grave ameaça" à sua integridade física.
No documento enviado a Lira, Dino também cita o fato de um dos integrantes da comissão, o deputado Gilvan da Federal (PL-ES), que é agente de Polícia Federal licenciado, ter feito ameaças a ele em um discurso durante ato pró-armas em Brasília em julho deste ano. Na ocasião, o parlamentar desafiou o ministro a "buscar sua arma".
"A partir dessas frases dos citados parlamentares, membros da Comissão autora da convocação, é verossímil pensar que eles andam armados, o que se configura uma grave ameaça à minha integridade física, se eu comparecesse à audiência", diz Dino no ofício.
Pelas redes sociais, Dino afirmou que está à disposição para comparecer em Comissão Geral, no Plenário da Câmara, para responder a todos os pedidos de esclarecimento.
"Já recebi cerca de 100 convites para comparecer à Câmara neste ano. Já atendi a diversos convites, mas tenho muitas tarefas e emergências a atender. Reitero que estou à disposição para comparecer em Comissão Geral, no Plenário da Câmara, para responder simultaneamente a todos os pedidos de esclarecimento. Especificamente sobre a Comissão de Segurança Pública, encaminhei ao presidente Artur Lira o ofício abaixo", escreveu o ministro nas redes sociais.
Dino, porém, solicitou a Lira que convocasse uma Comissão Geral, no plenário da Casa, para que ele possa comparecer. O argumento do ministro é que já foram mais de cem convites e convocações para sua presença no Legislativo e o ideal era realizar uma audiência unificada de todos os colegiados para que ele possa ser ouvido.