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DPOC: o que é, sintomas, causas e tratamentos

Quadro caracterizado pela obstrução crônica das vias aéreas é a terceira principal causa de morte no mundo segundo a OMS

Tosse - Alfeu Tavares/Folha de Pernambuco

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é o nome dado a um grupo de doenças respiratórias que levam à obstrução das vias aéreas a longo prazo. É um quadro progressivo que tem como principal fator de risco o tabagismo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a DPOC é hoje a terceira principal causa de morte no planeta.

O que é a doença pulmonar obstrutiva crônica?
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma condição inflamatória considerada comum que acomete os pulmões e provoca uma restrição do fluxo de ar no órgão, prejudicando a respiração. Essa obstrução ocorre devido a fatores como danos ou acúmulo de catarro.

A DPOC é progressiva e, se não tratada, tem uma alta taxa de complicações. Ela aumenta o risco, por exemplo, para problemas cardíacos, infecções pulmonares e câncer de pulmão. A cada ano, cerca de 3,2 milhões de pessoas morrem no mundo devido ao diagnóstico, segundo a OMS.

A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) estima que, no Brasil, aproximadamente 15% da população com mais de 40 anos conviva com o diagnóstico.

Quais são as doenças pulmonares obstrutivas crônicas?
O diagnóstico da DPOC envolve geralmente a evolução de duas doenças específicas que obstruem as vias aéreas: a bronquite crônica e o enfisema pulmonar.

Bronquite
A bronquite é caracterizada pela inflamação crônica dos brônquios. Eles são estruturas tubulares que levam o ar até os alvéolos para que, neles, ocorra a troca gasosa do oxigênio com o gás carbônico.

O quadro inflamatório, porém, facilita o acúmulo do catarro dentro desses tubos, o que leva ao seu estreitamento e à maior dificuldade na hora de respirar.

Enfisema pulmonar
Já o enfisema pulmonar é quando ocorre a destruição dos alvéolos, que passam a inflamar e romper formando pequenas bolhas. Esses danos, provocados principalmente pelas substâncias tóxicas inaladas pelo cigarro, dificultam a passagem do ar e a oxigenação do sangue.

O que causa a DPOC?
O principal fator de risco para o desenvolvimento da DPOC é o tabagismo, seja como fumante, seja pela exposição passiva ao cigarro. Conforme a OMS, mais de 70% dos casos da doença em países de alta renda são associados ao hábito, tanto ao modelo convencional, como ao eletrônico, narguilés, entre outros.

Em nações de baixa e média renda, o tabagismo chega a ser responsável por cerca de 40% dos diagnósticos, mas outros fatores de risco, como a poluição do ar, têm um papel mais significativo.

A OMS aponta ainda que a DPOC pode ser causada por problemas precoces na vida:
Como impactos no crescimento no útero;

Nascer de forma prematura e contrair infecções respiratórias frequentes ou graves na infância, que afetam o crescimento pulmonar;

Asma na infância;

E há casos em idades mais jovens que são ligados a uma condição genética rara chamada deficiência de alfa-1 antitripsina.

Quais são os sintomas da DPOC?
Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas da DPOC são:
Falta de ar, mesmo diante de esforços mínimos;

Cansaço;

Pigarro (secreção) em excesso;

Tosse crônica.

Segundo a OMS, os sinais geralmente desenvolvem-se a partir da meia-idade. Conforme a doença se agrava, podem surgir sintomas mais graves, como chiado e aperto no peito; lábios com coloração azulada; falta de energia; presença de infecções respiratórias mais frequentes; tornozelos, pés e pernas inchadas, além da perda de peso indesejada.

A Doença pulmonar obstrutiva crônica tem cura?
A DPOC não tem cura, porém pode ser tratada para impedir o maior declínio da função respiratória. A primeira recomendação é que o paciente deixe de fumar, tenha uma rotina de exercícios físicos e esteja em dia com a vacinação contra agentes que causam doenças respiratórias, como a gripe, a Covid-19 e a pneumonia bacteriana (Pneumococo).

Qual o tratamento para a DPOC?
De acordo com avaliação médica, podem ser indicados medicamentos como parte do tratamento, como os broncodilatadores, que relaxam as vias aéreas para mantê-las abertas. Podem ser recomendados ainda exercícios de reabilitação pulmonar com especialistas, uso de oxigênio ou, em casos mais graves, procedimentos cirúrgicos e até mesmo transplante dos pulmões.

Quais são as 4 fases da DPOC?
A iniciativa global de combate à DPOC (Gold) tem um sistema que enquadra o paciente em quatro estágios. Para isso, é feita uma espirometria, um teste de respiração com uma máquina chamada de espirômetro.

Uma das medidas avaliadas no teste é a relação VEF1/CVF. O VEF1 (volume expiratório forçado em 1 segundo) é a quantidade de ar que o paciente consegue expirar no primeiro segundo de uma expiração forte. Já a CVF (capacidade vital forçada) é o volume total de ar que o indivíduo consegue expirar de uma vez.

A depender do percentual da relação entre os dois, o diagnóstico pode ser classificado como leve, moderado, grave e muito grave:

DPOC leve = maior ou igual a 80%

DPOC moderada = Entre 50% e 80%

DPOC grave = Entre 20% e 50%

DPOC muito grave = Menos de 30%

Qual a expectativa de vida de uma pessoa com DPOC?
A expectativa de vida depende de fatores como idade, estilo de vida e sintomas. Quando a DPOC é diagnosticada de forma precoce, em um estágio leve, pode ser bem controlada e não provocar grandes diferenças na longevidade em relação a um indivíduo saudável.

Já para aqueles que estão com DPOC em estágio grave, algumas estimativas apontam uma perda de, em média, cerca de oito a nove anos de vida.

Como prevenir a DPOC?
A principal maneira de evitar a DPOC é não fumar e evitar ser alvo da exposição passiva ao tabaco. Além disso, diminuir a inalação de substâncias tóxicas, como pela poluição ambiental, pode diminuir o risco da doença.

Fontes: Organização Mundial da Saúde (OMS); Ministério da Saúde; Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT); Iniciativa Global para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (GOLD, da sigla em inglês) e Global Allergy & Airways Patient Platform.