8 de Janeiro

Quem são os presos pela PF por atos golpistas de 8/1

Ao todo, estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão contra 12 investigados, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal

Alguns dos presos pela Polícia Federal, em operação nesta terça-feira - Reprodução

Entre os cinco alvos dos mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal na décima nona fase da Operação Lesa Pátria, na manhã desta quarta-feira, estão um empresário, um veterinário, um protético e até ex-candidato a deputado estadual por Mato Grosso. De acordo com as investigações, todos são suspeitos de incitaram, participaram e fomentaram os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília.

Na ocasião, as sedes do Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidas e depredadas. 

José Carlos da Silva
Segundo a PF, um dos mandados foi cumprido contra José Carlos da Silva, em Cuiabá, no Mato Grosso. Conhecido como Zé do Renascer, ele é comerciante na região e presidente do bairro Jardim Renascer. Dias após os atos golpistas, ele chegou a ser destituído do cargo pelos moradores, mas gravou um vídeo afirmando que ficaria até o fim do mandato.

"A oposição sempre vem com mentiras, com enganação, com calúnia e com falsidade, mas Deus tem colocado cada um no seu devido lugar. Fizeram uma reunião para destituir o presidente de bairro, que vem trabalhando com o apoio do povo, mas vocês viram que conseguiram juntar de 10 a 20 pessoas. Isso tudo prova que o Senhor está conosco, com o Renascer e nós vamos até o último dia do nosso mandato", disse, na publicação.

Luiz Antônio Villar de Sena
Entre os presos também está o empresário Luiz Antônio Villar de Sena, dono de uma loja de pneus em Cuiabá. Na tarde de 8 de janeiro, ele postou um vídeo nas redes sociais. “Faz uma hora que nós invadimos. E o pessoal do quartel está chegando agora, está chegando o pessoal que estava no quartel ainda, faz uma hora que nós entramos e o pessoal do quartel está chegando. [...] Isso aí gurizada, o pessoal chegou agora do quartel, está chegando, ainda está chegando, faz mais de hora que tá chegando, e vai subir a rampa”, contava.

Cézar Guimarães Galli Júnior
Veterinário cuiabano, Cézar Guimarães Galli Júnior também foi alvo da PF nesta quarta-feira. Após ser identificado nas redes sociais pela participação na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, chegou a desativar os perfis, mas imagens que circulam na internet mostram uma foto que teria sido tirada por ele em que se lê a frase “Perdeu, mano” pichada no prédio do STF.

Fabrício Cisneiros Colombo
Morador de Cáceres, também no Mato Grosso, o protético Fabrício Cisneiros Colombo usava um boné com o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante os atos antidemocráticos, comemorou as invasões e ainda incentivou as depredações. Entre as lives que postou na ocasião, em uma delas chegou a solicitar o código-fonte das urnas eletrônicas, por não acreditar na segurança do sistema. 

Colombo também foi candidato a deputado estado pelo seu estado, mas não se elegeu. Após os atos, ele teve os perfis nas redes sociais bloqueados por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Também foi preso pela PF Walter Pereira, de Santos, em São Paulo. Um dos alvos dos 13 mandados de busca e apreensão foi Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, primo dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Carlos, Flávio e Eduardo. 

Em nota, a PF informou que os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo.

“As investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais cumpridos”, disse.