Jogos Pan-americanos 2023

Boxe no Pan 2023: Número um do ranking até 60kg, Bia Ferreira conquista o bicampeonato

Tatiana Jesus e Keno Marley foram derrotados e ficam com a medalha de prata

Beatriz Ferreira é bicampeã pan-americana - Alexandre Loureiro/COB

Nesta sexta-feira (27), pelo horário da manhã, ocorreram seis finais do boxe olímpico, com o Brasil estando presente em três delas. Entre as mulheres, ocorreram dois duelos contra a Colômbia. Bia Ferreira venceu por decisão unânime e garantiu o bicampeonato pan-americano, já Tatiana de Jesus foi derrotada por decisão dividida. Entre os homens, Keno Marley perdeu por decisão dividida diante do melhor boxeador do mundo, o cubano Julio Cezar La Cruz. 

O Brasil vem se tornando uma força tradicional no boxe olímpico, sendo recorrente as conquistas de medalhas nas principais competições da modalidade. Neste Jogos Pan-Americanos, dos 13 pugilistas que se fizeram presentes em Santiago, 12 conquistaram algum lugar no pódio

Na primeira luta do dia, Tatiana de Jesus subiu ao ringue para enfrentar Yeni Arias, da Colômbia, na categoria até 54kg. Os dois primeiros rounds foram equilibrados, mas com uma leve vantagem para a brasileira - três dos cinco juízes viram a vitória de Tatiana. Até aquela altura sendo derrotada, Arias partiu para cima e foi bem agressiva, a estratégia funcionou e a colombiana venceu o último round na opinião de todos os jurados, conseguindo virar o confronto e conquistar a medalha de ouro. 

A segunda luta entra as mulheres do dia teve mais uma brasileira, dessa vez Bia Ferreira, principal nome do país no esporte. A baiana buscava defender o título até 60kg, conquistando em Lima 2019. Diante de Angie Valdes, a brasileira decidiu estudar um pouco mais no primeiro assalto e esperar ver o que a oponente poderia proporcionar. Passado os três primeiros minutos de luta, Beatriz impôs seu jogo, vencendo os dois rounds restantes por unânimidade e teve o braço levantado novamente. 

"Eu estava muito bem tranquila, me senti em casa, me senti bem à vontade contra uma adversária já conhecida, fizemos a final do mundial, sabia que tinha que ter atenção, mas também tinha ciência que iria dominar o combate. No primeiro round deixei ela entrar no calor, mas nos dois assaltos seguintes dominei e sem dúvidas iria sair do ringue campeã, estou muito feliz com isso", analisou o confronto. 

Beatriz tem várias conquistas no boxe olímpico, com medalhas em mundiais, pan-americanos, jogos militares e olímpicos. A atleta é quem mais traz esperanças pensando em medalha de ouro em Paris 2024 e destacou suas expectativas para o próximo ano. "As melhores possíveis, é meu último ciclo olímpico, com certeza vai para lá mais experiente, já tenho uma medalha de prata e com certeza quero mudar a cor dela, para fechar a minha passagem pelo boxe olímpico com chave de ouro", disse a pugilista. 

 



Em Lima 2019, Keno Marley, até então era lutador da categoria até 89kg, ficou com a prata sendo derrotado por Julio Cezar La Cruz, de Cuba. Ao entrar no novo ciclo mirando Paris, o baiano decidiu subir de categoria, conquistou vice-campeonato mundial e se adaptou muito bem aos 92kg.

Em Santiago 2023, o adversário foi o mesmo da edição anterior, o cubano bicampeão olímpico e penta mundial. Mas diferente de 2019, Keno conseguiu endurecer o combate. O primeiro round foi dado para La Cruz por 4-1. No segundo, o brasileiro venceu pelo mesma margem. Pelo terceiro assalto, Keno começou melhor, o cubano chegou a ser derrubado duas vezes, mas o juiz principal não abriu contagem em ambas. Acreditando estar perdendo, o corner de La Cruz mandou ele partir para cima, o cubano acatou e aumentou o ritmo no final, acertando algumas mãos. Ao final de tudo, foi dada vitória por decisão dividida para Julio Cezar La Cruz, que se sagra tetracampeão pan-americano. 

Duas disputas previamente definidas

Michael Douglas Trindade (51kg)  e Abner Teixeira (+92kg), ambos classificados para suas respectivas finais, ficam com a medalha de prata pelo resultado de W.O. Em comunicado da Confederação Brasileira de Boxe (CBBOXE) nas redes sociais, a instituição alega que os lutadores ficam de fora das finais por orientação médica e técnica, mas ressalta que o principal objetivo foi cumprido, a conquista da vaga olímpica.