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Lula elogia o ministro da Justiça, Flávio Dino, depois de derrota no Senado

O Governo Lula corre risco de sofrer nova derrota no Senado, por onde é decidida a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal

Presidente Lula - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Lula sinalizou, ontem, pela escolha do ministro da Justiça, Flávio Dino, para a vaga de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal. Diante, entretanto, do desgaste de Dino no Congresso, o Governo Lula corre risco de sofrer uma derrota no Senado, por onde é decidida a vaga aberta na corte.

Mas esta semana o Senado rejeitou a indicação de Igor Roque para a Defensoria Pública da União por 38 a 35 votos, o que foi interpretado como um recado do bloco de oposição no Senado de que pode derrotar também a indicação de Dino para o Supremo.

Numa conversa com jornalistas, ontem, Lula disse que está “chegando a hora” de decidir um nome para a Suprema Corte e que o fará “logo, logo”, ainda em 2023. “Se eu falar para você o que eu penso do Flávio Dino, eu tenho medo de que a manchete do jornal seja ‘Lula tem preferência por Flávio Dino’. Então, eu tenho em mente algumas pessoas da mais alta qualificação política do país”, afirmou.

Em seguida, porém, o presidente afirmou que ainda avalia onde o atual ministro da Justiça seria “melhor para o Brasil”, se no cargo em que está ou na Suprema Corte. “E isso é uma dúvida que eu tenho e que eu vou conversar com muita gente ainda até a hora de escolher […] Mas eu vou escolher a pessoa certa”, disse.

Dino é tido pelo entorno de Lula como o preferido do presidente para a vaga deixada pela ex-ministra Rosa Weber. Ela se aposentou em setembro, quando completou 75 anos, idade limite para o cargo. Setores do PT também defendem a ida do ministro para o STF para abrir uma vaga na Esplanada.

O partido defende que a Justiça seja dividida para se recriar o Ministério da Segurança Pública. Lula indicou, nesta semana, que avalia a questão. Durante a conversa com jornalistas, Lula afirmou ter muita experiência em indicações, mas ressaltou nunca ter escolhido alguém por “amizade”. “Eu acho que eu sou o presidente que mais indiquei ministros da Suprema Corte, nunca pedi nenhum favor a eles. Nunca pedi para votar alguma coisa a meu favor, porque eu não escolho pelo critério da amizade”, afirmou.