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Líbano faz todo o possível para evitar "entrar em guerra" com Israel

Nagib Mikati primeiro-ministro impede participação do Líbano

Patrulha do exército israelense nas proximidades da fronteira com o Líbano - Gil Cohen-Magen/AFP

O primeiro-ministro libanês disse à AFP nesta segunda-feira (30) que faz todo o possível para evitar que o seu país entre na guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas e para evitar um conflito regional.

"Estou cumprindo o meu dever de impedir que o Líbano entre na guerra", disse à AFP o chefe do governo e atualmente responsável por gerir o país, sem presidente há um ano.

Desde o início da guerra, que começou com o ataque sem precedentes do Hamas em território israelense, em 7 de outubro, fortes tensões aconteceram na fronteira entre Israel e o Líbano, palco de tiroteios quase diários entre Israel e grupos armados pró-palestinos - como o Hezbollah, aliado do Hamas.

"O Líbano está no olho do furacão", acrescentou o primeiro-ministro.

Na ausência de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, os riscos de uma "escalada regional" eram grandes, estimou.

Ele diz não ser capaz de indicar se o Hezbollah, com o qual mantém boas relações, deseja uma nova guerra com Israel.

"Até hoje, vejo que o Hezbollah age com sensatez e razão", mas, ao mesmo tempo, "não posso tranquilizar os libaneses", destacou.

Desde 8 de outubro, o Hezbollah atinge principalmente as posições israelenses na fronteira entre os dois países, para manifestar seu apoio ao Hamas.

Este grupo pró-palestinos, que possui um importante arsenal, bombardeou fortemente territórios israelenses durante a guerra com Israel, em 2006.

Mikati alertou que uma escalada "não afetaria apenas o Líbano".

"Temo que uma escalada envolva toda a região e que o caos de segurança se espalhe por todo o Oriente Médio", comunicou o político libanês.