Estelionato, agressão e roubo de gado: quem é Ney Mentira, sobrinho do ex-senador Telmário Mota
Acusado pela polícia de participação no assassinato de Antônia Araújo de Sousa, ex-mulher do tio, ele está foragido desde segunda-feira
A Polícia Civil de Roraima realiza nesta terça-feira (31) buscas para localizar o sobrinho do ex-senador Telmário Mota, Harrison Nei Costa Correa Mota, conhecido como Ney Mentira, é acusado de participar do assassinato de Antônia Araújo de Sousa, ex-mulher do político. Dos três mandados de prisão expedidos pela Justiça por suspeita de envolvimento no crime, Harrison é o único alvo que continua foragido.
O ex-parlamentar foi preso na noite desta segunda-feira (30), em Goiás, após ter fugido de Brasília, onde mora. Segundo as investigações, o político teria deixado o sobrinho responsável por organizar o assassinato. A polícia afirma que o parente do político teria comprado a moto utilizada pelos criminosos.
Ainda segundo os investigadores, o veículo foi adquirido por R$ 4 mil em espécie, estava em nome de outra pessoa e tinha documentação irregular. O sobrinho do ex-senador já possuía acusações de homicídio qualificado, estelionato, roubo majorado, furto qualificado e apropriação indébita.
Em 2019, Ney chegou a ser preso acusado de integrar uma quadrilha especializada em roubar gado em fazendas de Roraima. À época, a estimativa da Polícia Civil era de que o grupo tinha roubado ao menos 40 cabeças de gado em três meses. Foram registradas ações do grupo nas cidades de Iracema, Alto Alegre e Mucajaí. Em um dos crimes, um casal chegou a ser agredido pelos bandidos.
Nesta segunda-feira, a Polícia Civil de Roraima deflagrou a operação para prender três pessoas, entre elas Ney, acusados do assassinato de Antônia Araújo de Sousa. Entre os alvos estava seu tio, o ex-senador Telmário Mota, apontado como o mandante do crime, preso somente à noite, por não ter sido encontrado em seus endereços oficias, em Roraima e em Brasília. O político foi localizado em Goiás, para onde fugiu.
Segundo informações da polícia, primeiro ele usou um voo comercial para sair de Roraima e chegar em Brasília, e depois foi de ônibus para Goiás. Em Nerópolis, no interior do estado, ele foi abrigado na residência de uma amiga, onde foi localizado após uma denúncia anônima.
De acordo com a Polícia Militar, durante as buscas, um dos agentes percebeu uma movimentação suspeita em um veículo que tentava estacionar na frente de uma casa, e que fugiu após ver os agentes. O episódio deu início a uma perseguição que durou alguns quarteirões. O passageiro dentro do carro era de fato Telmário Mota, que foi detido e levado à Delegacia de Investigação de Homicídios.
Além das buscas por Telmário, a Polícia Civil também faz diligências nesta terça-feira para localizar a arma que teria sido usada no assassinato. Antônia foi assassinada com um tiro na cabeça na manhã do dia 29 de setembro, em Boa Vista, capital de Roraima, três dias antes de prestar depoimento como testemunha no caso de sua filha.
Pouco antes das eleições, em agosto de 2022, a filha de 17 anos de Telmário com Antônia o acusou de estupro e registrou um boletim de ocorrência contra o ex-parlamentar. Na ocasião, a adolescente afirmou que ele a forçou a entrar no carro e tocou suas partes íntimas.