Primeiros estrangeiros deixam Gaza e seguem para o Egito
Ainda não foi possível determinar quantas pessoas conseguiram sair por Rafah
Dezenas de estrangeiros saíram da Faixa de Gaza nesta quarta-feira (1º) atravessaram a fronteira com o Egito pela passagem de Rafah, que foi aberta ao trânsito de pessoas pela primeira vez desde o início da guerra entre Israel e o movimento palestino Hamas.
Ainda não foi possível determinar quantas pessoas conseguiram sair por Rafah, na fronteira sul de Gaza com o Egito, mas imagens exibidas ao vivo do local mostraram várias pessoas entrando no território egípcio.
Os estrangeiros foram autorizados a entrar no terminal às 7H45 GMT (4H45 de Brasília), depois que as autoridades egípcias anunciaram uma abertura excepcional para permitir a entrada de quase 90 feridos e mais de 540 pessoas de vários países.
Durante a manhã, os funcionários palestinos do terminal de Rafah publicaram a lista com os nomes, as nacionalidades e os números de passaportes dos estrangeiros autorizados a seguir para o Egito.
Uma fonte palestina afirmou que 88 feridos, incluindo 40 crianças, mulheres e idosos, serão hospitalizados no Egito.
O Ministério da Saúde do Hamas, movimento islamista que governa Gaza, transmitiu ao Egito uma lista de 4.000 feridos que precisam de tratamentos que não estão disponíveis no território palestino, informou à AFP o porta-voz da pasta, Ashraf al Qudra.
"Esperamos que possam viajar nos próximos dias porque devem ser submetidos a cirurgias que não podem ser feitas em Gaza. Temos que salvar suas vidas", disse.
A Faixa de Gaza tem atualmente estrangeiros de 44 países e de 28 agências, organizações e ONGs, segundo fontes diplomáticas.
Desde 7 de outubro, a Faixa de Gaza sofre os bombardeios incessantes de Israel, que deixaram mais de 8.500mortos, segundo o Ministério da Saúde do enclave palestino.
Os 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza tentam sobreviver entre os bombardeios, sem água nem energia elétrica e praticamente sem alimentos, devido ao cerco total imposto por Israel desde 9 de outubro.
A decis]ao de abrir a passagem foi anunciada horas depois de um ataque israelense contra Jabaliya, o maior campo de refugiados de Gaza, que, segundo o Hamas, deixou 50 mortos.
O Egito condenou o ataque contra o campo de Jabaliya "nos termos mais veementes" e fez um alerta contra "as consequências da continuidade dos ataques indiscriminados direcionados contra civis indefesos".