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Com aporte a receber por venda de direitos de transmissão, Sport detalha prioridade: "pagar dívidas"

Nesta quarta-feira (1º), Liga Forte União anunciou acordo com a Life Capital Partners e com a General Atlantic

Yuri Romão, presidente do Sport - Ricardo Fernandes/Arquivo Folha de Pernambuco

Nesta quarta-feira (1º), o bloco de clubes da Série A e da Série B do futebol brasileiro - Liga Forte União (junção da Liga Forte Futebol com o Grupo União) - anunciou um acordo de investimentos com a gestora de recursos Life Capital Partners e o fundo General Atlantic, que irá mudar o futuro das instituições entre 2025 e 2075. O grupo Serengeti, que até então era um dos líderes nessa negociação, se retirou do negócio.

A negociação é para que daqui a dois anos, os investidores passem a ter poder sobre 20% dos direitos das vendas de transmissão dos 25 clubes que compõem o bloco por 50 anos. Entre as equipes, está o Sport. Ao longo de 18 meses, os times irão receber um aporte de R$ 2,6 bilhões. No entanto, nos próximos dias, um adiantamento de R$ 1,2 bilhão será repartido. 

No caso do Sport, R$ 135,7 milhões serão destinados aos cofres da Ilha do Retiro no próximo um ano e meio. Em relação ao montante a ser recebido nos próximos dias, a diretoria rubro-negra adota sigilo. Entretanto, garante que o dinheiro terá como prioridade o pagamento de dívidas que correm na Justiça. "O Sport é um clube extremamente endividado. Seria uma irresponsabilidade da minha parte, com a entrada dos recursos, fazer loucuras com o dinheiro, dizer que vamos montar um supertime. Essa gestão já deu demonstrações de que não faz. Serão usados, em primeiro lugar, para pagar nossas dívidas", detalhou o presidente Yuri Romão

Cientes da importância do aporte a ser recebido pelo Sport, os administradores da Recuperação Judicial rubro-negra autorizaram a venda dos direitos de transmissão para a LFF. Segundo Romão, inclusive, a Justiça já acatou o pedido. A RJ leonina tem como objetivo depreciar 80% da dívida. O passivo líquido é de aproximadamente R$ 150 milhões.

Além disso, em julho, o Sport conseguiu um acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para regularizar um passivo fiscal do clube com a União e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Nas tratativas, o Leão obteve um desconto de R$ 60 milhões, reduzindo o passivo para R$ 123,2 milhões. Parte do débito também deve ser pago com o dinheiro da venda dos direitos de transmissão. 

"Precisamos pagar. Parcelado, mas precisamos pagar. Foi fundamental esse acordo, porque eliminamos boa parte dos problemas que tínhamos com bloqueio de conta. O clube conseguiu resgatar sua cidadania fiscal", pontuou o presidente. 

O dirigente também não descartou usar parte da quantia para melhorias em infraestrutura e para garantir fluxo de caixa na próxima temporada. “Investimento em infraestrutura também é prioridade. Quanto tempo o CT não recebe uma intervenção para melhorias? Além disso, temos que ter dinheiro para o fluxo de caixa do próximo ano. Temos que ter dinheiro para não atrasar salários, não ter atraso com fornecedores. Esse equilíbrio de caixa vai ser proporcionado com esses recursos que estão entrando. Sobrando dinheiro, vamos investir em atletas e outras coisas. Mas a prioridade é organizar o clube", finalizou Romão.