EUA

Empresas americanas começam a oferecer assistência para funcionárias na menopausa

Microsoft, Abercombrie e até a liga de basquetebol NBA dão variados suportes;

Menopausa - @hryshchyshen/Freepik

Com 20% da força de trabalho feminina nos EUA chegando a uma faixa etária em que já começam a enfrentar os contratempos da menopausa, cada vez mais empresas americanas estão oferecendo algum tipo de benefício trabalhista para ajudar suas funcionárias a atravessarem esta fase.

A gigante de tecnologia Microsoft, a varejista Abercombrie e a empresa de análise de dados Palantir são algumas das companhias que passaram a adotar benefícios deste tipo. Até a liga de basquetebol americana NBA aderiu à prática, que cresce também na Europa – outro exemplo é o banco britânico Standard Chartered.

Segundo relatório divulgado esta semana pela consultoria NFP, 4% das empresas americanas que oferecem licença médica (esse benefício não é obrigatório nos EUA) já oferecem apoio extra para a menopausa de suas funcionárias com iniciativas que incluem terapia hormonal, aconselhamento, entre outros.

A pesquisa, que consultou 522 funcionários de recursos humanos envolvidos na criação e atualização das políticas de licença de suas empresas, constatou que cerca de um terço das companhias que hoje não oferecem benefícios relacionados à menopausa estudam adotar essa prática nos próximos cinco anos.

Estudo recente da Mayo Clinic estima que a perda de produtividade e as despesas médicas relacionadas à menopausa custam US$ 26,6 bilhões por ano à economia norte-americana.

Mulheres com idades entre 45 e 54 anos são uma parcela crescente da força de trabalho nos EUA e suas atividades laborais podem ser afetadas por sintomas como distúrbios do sono e ondas de calor durante a menopausa.

- Substituir essas funcionárias custaria às empresas muito mais do que apoiá-las - afirmou Maria Trapenasso, da consultoria NFP. - Essas também são suas líderes mais experientes - acrescentou, observando que muitas vezes elas orientam os funcionários mais novos e trazem estabilidade aos negócios.

A Microsoft começou em julho a oferecer acesso a especialistas para as funcionárias em menopausa em todo o mundo, segundo Sonja Kellen, diretora sênior de saúde e bem-estar global da empresa. A Maven Clinic, o provedor de saúde virtual da empresa, registrou mais de 3 mil interações entre prestadores de serviços e funcionários da Microsoft em 58 países nos primeiros dois meses.

- A resposta foi fenomenal, então claramente havia uma demanda reprimida – afirma Kellen.

O banco britânico Standard Chartered Plc anunciou neste mês que cobriria o tratamento de sintomas relacionados à menopausa para todas as funcionárias e cônjuges de empregados.

O banco observou que as idades em que as mulheres sofrem com a menopausa também são "o momento em que poderiam alcançar cargos de liderança sênior". Cerca de 7% dos funcionários estão nesse grupo.

A NBA, a varejista de roupas Abercrombie e a empresa de análise de dados Palantir também começaram recentemente a oferecer benefícios relacionados à menopausa por meio da Carrot Fertility, informou o provedor.

A Blue Cross Blue Shield, empresa de Massachusetts que recentemente realizou um seminário on-line sobre a menopausa, durante o qual a diretora-executiva Sarah Iselin compartilhou sua própria experiência, oferece aconselhamento de bem-estar e permite que os funcionários usem licença médica para o manejo dos sintomas.

Na Maven, o serviço de menopausa é a oferta que mais cresce na empresa, com 300 clientes aderindo desde o final do ano passado, de acordo com a diretora-executiva Kate Ryder.

A demanda está prevista para continuar crescendo, segundo Jill Angelo, co-fundadora e CEO da clínica virtual de menopausa Gennev.

- Estamos começando a ver esta geração de millennials mais velhas, que cresceu no escritório com cuidados de fertilidade e agora está entrando na menopausa - diz Angelo, que é uma ex-executiva da Microsoft. - Elas esperam receber o mesmo nível de cuidado dedicado às questões de fertilidade das demais funcionárias.