CONFLITO

EUA pedem a Israel que tome ''medidas concretas'' para poupar civis em Gaza

De acordo com o Washington Post, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, pressionará o governo israelense para que façam ''pausas humanitárias''

Palestinos verificam a destruição em Jabaliya um dia após ataques de Israel ao campo de refugiados - Bashar Taleb/AFP

O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou nesta quinta-feira (02) que pedirá a Israel que tome "medidas concretas" para minimizar os riscos aos civis na Faixa de Gaza durante as operações militares contra o Hamas.

Segundo fontes ouvidas pelo jornal Washington Post, Blinken — que chegará a Israel nesta sexta-feira, em sua segunda viagem ao país desde o início do conflito — pretende pressionar o governo do premier Benjamin Netanyahu por "pausas humanitárias" para facilitar a entrada de suprimentos e a saída de reféns. O presidente americano, Joe Biden, defendeu pela primeira vez uma pausa, mas não um cessar-fogo, na quarta-feira.

— Vamos falar sobre medidas concretas que podem e devem ser tomadas para minimizar os danos aos homens, mulheres e crianças de Gaza — disse Blinken a repórteres antes de embarcar para Israel como parte de uma nova turnê pela região para tratar da crise em andamento. — Isso é algo com que os Estados Unidos estão comprometidos.

Embora enfatizando que os EUA acreditam que Israel tem "o direito e a obrigação de se defender" após o trágico ataque terrorista levado a cabo pelo Hamas no início deste mês, que deixou cerca de 1,4 mil pessoas mortas, Blinken disse que é preciso evitar mais mortes de civis em Gaza.

— Quando vejo uma criança palestina, um menino ou uma menina retirada dos escombros de um prédio que desabou, isso me atinge tanto no estômago quanto ver uma criança em Israel ou em qualquer outro lugar — enfatizou Blinken, que chefia a diplomacia americana.

Desde o ataque de 7 de outubro, Israel lançou uma intensa ofensiva militar com bombardeios maciços a Gaza — lar de 2,4 milhões de pessoas — que se ampliou com o início das incursões terrestres na última sexta-feira. De acordo com o Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas, a campanha já deixou mais de 9 mil mortos, incluindo 3.760 crianças.

Blinken disse que os EUA estavam "determinados" a evitar qualquer escalada do conflito entre Israel e o Hamas depois que os rebeldes Houthi do Iêmen e o grupo xiita libanês Hezbollah, apoiados pelo Irã, lançarem ataques contra o território israelense.