Especialistas da ONU alertam para "risco de genocídio" em Gaza
Bombardeios de Israel já teriam deixados mais de 9 mil mortos, entre eles 3.760 crianças
Especialistas das Nações Unidas alertaram, nesta quinta-feira (2), que os palestinos enfrentam um “grave risco de genocídio” em Gaza, em plena guerra entre Israel e Hamas.
"Estamos confirmados de que o povo palestino enfrentou um grave risco de genocídio", escreveram os especialistas independentes, que fazem relatórios a pedido do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, embora suas contribuições não sejam publicadas em nome da ONU.
"Agora é o momento de agir. Os aliados de Israel também têm uma responsabilidade e devem agir agora para impedir este caminho desastroso", acrescenta.
Os especialistas expressaram seu "horror crescente" com os bombardeios israelenses no campo de refugiados de Jabaliya, que se caracterizaram como uma "violação flagrante do direito internacional".
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos afirmou, na quarta-feira, que estes bombardeios no maior campo de refugiados da Faixa de Gaza poderiam "constituir crimes de guerra".
Os especialistas também pediram a libertação imediata “de todos os civis cativos” desde o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro. “Todas as partes devem respeitar suas obrigações na aplicação do direito humanitário internacional e dos direitos humanos”, destacam.
“Exigimos um cessar-fogo humanitário para garantir que a ajuda chegue a quem mais precisa. Um cessar-fogo significa, além do mais, a possibilidade de abrir canais de comunicação para garantir a liberação dos reféns”, acrescenta.
A embaixada de Israel em Genebra disse no X (antigo Twitter) que era “deplorável e profundamente preocupante” que os mecanismos de procedimentos especiais da ONU estivessem “repetindo a propaganda” promovida pelo Hamas.
Israel “faz o possível para mitigar o dano aos civis em Gaza, que são continuamente e sistematicamente usados pelos terroristas do Hamas como escudos humanos”, acrescentou a missão diplomática.
“Em vez de apoiar a narrativa do Hamas, pedimos à comunidade internacional que condene o uso de civis como escudos humanos pelo Hamas e que condene o desvio de ajuda humanitária para suas operações terroristas”, concluiu.
A guerra começou em 7 de outubro, após uma incursão de comandos do Hamas que, segundo Israel, mataram mais de 1.400 pessoas no sul do país, a maioria civis, e sequestraram cerca de 240, levadas como reféns para Gaza.
Em represália, Israel lançou uma campanha de bombardeios incessantes, reforçados com incursões terrestres desde a sexta-feira passada que, segundo o Hamas, deixou mais de 9.000 mortos, entre eles 3.760 crianças.