Final da Libertadores: dia marcado violência termina com 6 torcedores do Boca detidos após tumulto
PM usou gás de pimenta e bombas de efeito moral para dispersar a multidão
Pelo menos seis torcedores do Boca foram conduzidos pela Polícia Militar à 12ª DP (Copacabana) e à 13ª DP (Ipanema) para prestar esclarecimentos, na noite dessa quinta-feira (2), após um tumulto em frente ao quiosque Buenos Aires, reduto de argentinos na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Durante a confusão, a PM usou gás de pimenta e bombas de efeito moral para dispersar a multidão. Quatro pessoas deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Siqueira Campos, também em Copacabana, com reações ao gás.
Na 13ª DP, quatro turistas argentinos detidos por desacato estavam visivelmente embriagados. Eles prestaram depoimento e foram liberados. Os turistas estão hospedados num hotel na Avenida Atlântica.
Segundo o argentino Francisco Gomes, a PM já chegou atirando gás de pimenta entre os torcedores que estavam aglomerados próximo ao quiosque. O torcedor do Boca contou que o grupo apenas entoava gritos de guerra quando a polícia se aproximou.
Dia lado de fora da delegacia, um dos torcedores contou que foi agredido com golpes de cassetete. Ele mostrou marcas vermelhas nas costas. Pelo menos dez pessoas que faziam parte do grupo acompanham os turistas detidos até a delegacia.
Ponto de encontro
O quiosque serve como ponto de encontro para torcedores do Boca Juniors, que estão na cidade para a final da Libertadores, neste sábado, contra o Fluminense.
Mais cedo, outro ponto da praia de Copacabana foi palco de uma briga entre torcedores do Boca Juniors e do Fluminense, em frente a "FanZone" da Conmebol. A confusão, que teve início por volta das 17h, teria começado com uma briga entre torcedores argentinos e tricolores. A Polícia Militar precisou intervir com balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar os torcedores. Três pessoas foram levadas para a delegacia de Copacabana, entre elas um torcedor argentino que arremessou uma garrafa de cerveja em um Policial Militar.
A PM afirma que os policiais presenciaram os ataques entre as torcidas e interviram.
A final da Libertadores acontece neste sábado e os torcedores do Boca Juniors devem se reunir no espaço do Sambódromo, segundo anunciou o prefeito Eduardo Paes, na terça-feira. Enquanto a imprensa argentina fala em até 150 mil torcedores, as estimativas do Bepe (Batalhão Especializado em Policiamento em Estádios), da PMERJ, apontam para 50 mil.
A Conmebol se manifestou nas redes sociais após o episódio. Leia abaixo a nota:
"A CONMEBOL faz um chamado aos torcedores do Boca Juniors e do Fluminense FC a compartilharem juntos momentos de alegria e celebração que o nosso futebol nos proporciona. Os valores do esporte que tanto amamos devem inspirar um comportamento pacífico e harmonioso. Portanto, repudiamos quaisquer atos de violência e racismo que possam ocorrer no contexto desta final".