MBL anuncia em congresso nome do partido que deseja criar, o ''Missão''
Grupo fundado em 2014 por Kim Kataguiri, Arthur do Val, Renan Santos e outros apresenta logo e nome da sigla que desejam fundar
O Movimento Brasil Livre (MBL) anunciou neste sábado em seu 8º congresso nacional, em São Paulo, o nome e a logo do partido que desejam criar, o Missão. A proposta é tirar a nova legenda do papel até as eleições de 2026 — o que possibilitaria ao grupo ter um candidato à presidência da República.
A logo traz da sigla traz uma onça-pintada, e as cores do Missão serão preto, amarelo e cinza. Em vídeos divulgados pelas redes sociais do movimento, o lançamento contou com canhões de luz, fumaça, e os presentes entoando a palavra "missão" como grito de guerra. Os presentes também portavam bandeiras com as cores do novo partido.
A criação de uma sigla própria pelo MBL já havia sido ventilada em anos anteriores, mas agora, dizem integrantes do movimento, há "história e experiência suficiente" para tal. Para criar o novo partido, o MBL deve coletar 491,9 mil assinaturas em pelo menos nove unidades da federação.
O último partido a conseguir registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi a Unidade Popular pelo Socialismo (UP), em 2019. O ex-presidente Jair Bolsonaro tentou viabilizar a criação do Aliança pelo Brasil, que seria uma legenda conservadora e de direita, mas fracassou.
O congresso foi realizado no Parque da Mooca, com ingressos que variavam entre R$ 250 e R$ 1 mil para acesso VIP. Entre os participantes, o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), que é um dos fundadores do movimento e agora é pré-candidato à prefeitura de São Paulo em 2024. Outro nome foi o ex-juiz e senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que também ministrou uma palestra.
O ex-presidente Michel Temer, que discursaria sobre o "Impeachment em 5 Fatos", cancelou sua participação.
"O Congresso também vem com a promessa de anunciar novos rumos para o movimento, seja na sua estrutura interna, como Academia MBL, Revista Valete e Clube, como nas eleições municipais do próximo ano. Obviamente, não poderia faltar um anúncio exclusivo sobre a tão especulada criação do partido, o maior projeto da história do movimento", diz nota enviada à imprensa.
Criado em 2014, em apoio à operação Lava-Jato e sob o discurso de renovação política, o MBL viveu momentos de crise nos últimos anos, a partir do rompimento com o então presidente Jair Bolsonaro e do vazamento de áudios sexistas do deputado estadual cassado Arthur do Val. Algumas das principais lideranças deixaram o movimento nesse período, a exemplo dos vereadores paulistanos Fernando Holiday (PL) e Rubinho Nunes (União).
No ano passado, o movimento elegeu Kim Kataguiri para a Câmara dos Deputados. Em assembleias, há também só um deputado, Guto Zacarias, em São Paulo. A maior parte dos integrantes com mandato está hoje filiada ao União Brasil, mas há parlamentares, em especial vereadores, no PSDB e no Partido Novo. O MBL estima ter 8 mil militantes espalhados pelo Brasil.