RETORNO

Itamaraty vê possibilidade de atraso na saída de brasileiros de Gaza, prevista para até quarta-feira

A autorização para o uso da passagem de Rafah, que liga Egito e Gaza, foi suspensa na tarde de sábado

Menina observa enquanto fica perto dos escombros do lado de fora de um prédio que foi atingido pelo bombardeio israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza - Mohammed Abed/AFP

O embaixador do Brasil no Egito, Paulino Franco de Carvalho Neto, reconheceu neste domingo (5) a possibilidade de atraso no resgate de brasileiros em Gaza com fechamento de fronteira.

Na última sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou que os brasileiros deverão deixar a região até a próxima quarta-feira. Ele tem mantido conversas por telefone com o chanceler de Israel, Eli Cohen, e obteve a garantia deste compromisso.

Porém, a autorização para o uso da passagem de Rafah, que liga Egito e Gaza, foi suspensa na tarde de sábado.

— Se continuar fechada, atrasará a saída de todos os estrangeiros, não somente dos brasileiros. Vamos ver o que acontecerá nas próximas horas, sem fazer previsões ou criar expectativas — diz ao Globo o embaixador no Egito.

Do Brasil, há 34 pessoas no aguardo: 24 são brasileiros, 7 são palestinos em processo de imigração e 3 são parentes próximos.

A justificativa para o fechamento da passagem de Rafah ainda não foi esclarecida oficialmente. A suspensão foi anunciada após forças israelenses atingirem uma ambulância na região externa do Hospital Al-Shifa em Gaza, na última sexta-feira.

Egito, EUA, Catar e Israel são os responsáveis pelas tratativas para a liberação pela passagem de Rafah. Caminhões de ajuda ainda podem entrar no território.

As saídas começaram na quarta-feira e, desde então, centenas de pessoas já deixaram o território, incluindo feridos que estão recebendo tratamento em hospitais da península egípcia do Sinai.

Nesta segunda-feira, o Itamaraty deve ter um posicionamento fechado sobre o possível atraso da saída de brasileiros.