GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Uma criança é morta a cada 10 minutos em Gaza, diz ONU

Dos mais de 10 mil mortos no enclave palestino desde 7 de outubro, 4,1 mil são crianças e adolescentes

Menina observa enquanto fica perto dos escombros do lado de fora de um prédio que foi atingido pelo bombardeio israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza - Mohammed Abed/AFP

Em média, um menor de idade é morto e dois são feridos a cada 10 minutos em Gaza desde o início do conflito entre Israel e Hamas, em 7 de outubro, informou a agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês).

Segundo balanço divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, mais de 10 mil pessoas morreram no enclave palestino, entre elas 4.104 menores de idades e 2.641 mulheres. O número de feridos desde 7 de outubro, quando começou a guerra, subiu para 25.408. Centenas ainda estão desaparecidas e podem estar sob os escombros.

Dos 2,2 milhões de habitantes da região, metade é menor de idade. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) tem cobrado por um cessar-fogo imediato em Gaza, chamando o território de "cemitério para milhares de crianças e adolescentes".

Segundo o Unicef, as ameaças vão além dos confrontos diretos no terreno e dos bombardeios aéreos. A falta de suprimentos essenciais, como água e energia, põe em risco a saúde e a sobrevivência de milhares de meninos e meninas, em especial bebês. A organização alertou sobre as possibilidades de mortes decorrentes da desidratação intensa ou da paralisação de equipamentos médicos como incubadoras.

A guerra também provoca efeitos devastadores na saúde mental dos menores — muitos deles se tornaram órfãos e ficaram desabrigados devido ao conflito.

"Quando os combates cessarem, o custo para as crianças e os adolescentes e as suas comunidades será suportado pelas gerações vindouras. Antes desta última escalada, mais de 800 mil meninas e meninos em Gaza – três quartos de toda a sua população de crianças e adolescentes – foram identificados como necessitando de apoio para saúde mental e apoio psicossocial. Isso foi antes deste último pesadelo", advertiu o Unicef.

A violência não se restringe à Faixa de Casa. De acordo com o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês), dos 136 palestinos mortos por forças israelenses na Cisjordânia, 43 eram crianças ou adolescentes.