RIO DE JANEIRO

Aeronáutica confirma que combate a armas e drogas nos aeroportos pode incluir revista a passageiros

Operação da Garantia da Lei e Ordem (GLO) foi autorizada pelo presidente Lula e vai até maio de 2024

Veículo da Marinha do Brasil no Ro de Janeiro - Tomaz Silva/Agência Brasil

A Aeronáutica está empregando 600 homens nos aeroportos do Galeão, no Rio, e de Guarulhos, em São Paulo, desde segunda-feira, quando começou a vigorar o decreto da operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para combate ao crime organizado. O comandante da Operação pela FAB, major-brigadeiro do ar Luiz Guilherme da Silva Magarão, disse nesta manhã, em entrevista coletiva para explicar como será a atuação dos militares, que não está descartada a revista de passageiros , cargas e bagagens.

— O decreto prevê que a Força Aérea Brasileira atue junto a outros órgãos no reforço à segurança e no combate a ilícitos como o transporte de drogas e armas — disse o major-brigadeiro, acrescentando que o objetivo é manter o trabalho dos militares sem prejudicar a rotina dos aeroportos nem interferir no direito de ir e vir dos passageiros.

A atuação dos militares se dará em conjunto com outros órgãos, incluindo a Receita Federal e a Polícia Federal. Os militares estão contando com o apoio de cães farejadores e estarão usando armamentos leves. A medida tem o objetivo principal de garantir a integridade dos militares, caso se sintam ameaçados, assegurou Magarão, acrescentando que nos primeiros dias de atuação da Aeronáutica dentro da GLO ainda não foi registrada nenhuma apreensão ou autuação.

— Estamos ainda no início. Estamos preocupados com os passageiros. Não queremos interferir na rotina deles nem no fluxo das aeronaves — explicou Magarão.

O major-brigadeiro explicou que a atuação militar se restringe à área do aeroporto e que a fiscalização dos acessos e do entorno continua a cargo de outros órgãos, como a Polícia Militar. Dentro dos aeroportos, uma das preocupações é com pontos mais sensíveis e vulneráveis, como os de apoio à navegação, como radares e antenas.

A Aeronáutica está utilizando inicialmente o efetivo de militares sediados no Rio e em São Paulo, mas não descarta requisitar homens de outros estados, se houver necessidade durante o tempo de duração da GLO, que é de seis meses. No dia a dia serão usadas equipes de cem homens atuando ao mesmo tempo nos dois aeroportos e em esquema de revezamento. Eles vão atuar tantos nas áreas restritas como nos sagões .

A GLO
Autorizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos do Rio de Janeiro e São Paulo começou na segunda-feira. A medida, que ocorrerá até 3 de maio de 2024, inclui ações de prevenção e repressão ao crime organizado, com objetivo de combater, por exemplo, o tráfico de drogas e de armas.

Neste primeiro momento, a Marinha conta com 1.900 militares. No Rio, serão aproximadamente 823 agentes nos acessos do Porto do Rio e no patrulhamento interno dele, além de atuar vistoriando navios e embarcações na Baía de Guanabara. Outros 183 homens ficarão em Sepetiba e Itaguaí. Além disso, 120 viaturas e embarcações blindadas serão usadas. Entre elas, destaca-se o blindado JLTV, mais conhecido como "estado da arte", segundo o Capitão de Fragata e porta-voz da Operação de GLO, Rodrigo Fernandes.

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