Putin visita Cazaquistão para estimular sua influência na Ásia Central
Ambos expressaram sua satisfação com os vínculos entre seus países
O presidente russo Vladimir Putin elogiou nesta quinta-feira (9) no Cazaquistão as suas relações com este país, que no entanto, é cada vez mais cortado por potências que desafiam a influência tradicional de Moscou na Ásia Central.
“Não somos apenas aliados, mas os aliados mais próximos”, declarou Putin na capital Astana, ao lado do seu homólogo Kasym-Jomart Tokáyev, que transmite “os valores inquebráveis da amizade” entre a Rússia e o Cazaquistão.
Ambos expressaram sua satisfação com os vínculos entre seus países, embora o dirigente cazaque manteve relações com o Ocidente, China e Turquia.
A visita de Vladimir Putin ocorre uma semana após o presidente francês Emmanuel Macron, durante a qual Paris e este país rico em recursos naturais fecharam acordos no setor energético.
Moscou vê sua influência tradicional na região ameaçada pelos vizinhos China, Turquia, União Europeia, Irã e Estados Unidos nos últimos meses.
As ex-repúblicas soviéticas, independentes desde 1991 e dispostas a multiplicar suas alianças, aproveitaram a atenção e tentaram superar três décadas marcadas por conflitos regionais.
O vizinho Uzbequistão recebeu o presidente turco Recep Tayyip Erdogan em uma cúpula da Organização de Cooperação Econômica (ECO) que discutiu a cooperação humanitária e o transporte.
Erdogan, que também tenta fortalecer a sua presença na região, criticou a capital Tashkent a “hipocrisia” dos países ocidentais, “que falam constantemente de direitos humanos, liberdades e democracia”, mas “se distanciam de todos os massacres cometidos por Israel”.
Apesar das novas alianças, a Rússia mantém-se como um aliado essencial na Ásia Central e tenta afirmar a sua presença no setor energético, após o encerramento do mercado europeu devido às orientações ocidentais relacionadas à invasão da Ucrânia.