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TSE: Corregedor diz que após condenação de Bolsonaro, não há desculpas para desvios de presidente

Benedito Gonçalves encerrou mandato de dois anos e foi relator de ações que tornaram ex-presidente inelegível

O ministro Benedito Gonçalves, durante sessão do TSE - Alejandro Zambrana/TSE

Na última sessão como corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Benedito Gonçalves foi homenageado e fez um balanço de seu mandato, sobre o qual disse ter atuado em "busca da normalidade" nas eleições. O ministro foi o relator das ações que levaram à inelegibilidade por oito anos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e encerra o seu mandato de dois anos à frente da Corte.

— Aqui aprendi que a democracia é frágil e deve ser constantemente cultivada e protegida, e no TSE tive a responsabilidade de zelar por esse alicerce que é a democracia — afirmou Benedito, que foi aplaudido pela plateia.

Em discurso de encerramento, Benedito afirmou que nas ações que levaram à condenação do ex-presidente o TSE "traçou uma linha" sobre os limites existentes para os candidatos, e ressaltou o fato de ter concluído o julgamento de nove ações relativas às eleições de 2022, as chamadas aijes.

— Na ação sobre o 7 de setembro, o TSE demarcou que não há escusas para que candidatos desviem as duas prerrogativas de presidente da república em cunho de objetivos eleitoreiros — ressaltou Benedito.

O ministro ainda afirmou que entrega "a quase totalidade das ações" que estavam sob a sua relatoria "devidamente saneadas". Benedito fez agradecimentos à Justiça Eleitoral e ao presidente do TSE, Alexandre de Moraes, a quem fez referência pela condução firme do tribunal.

Antes, o ministro foi homenageado pela ministra Cármen Lúcia, que classificou as contribuições de Benedito como "inestimáveis", e pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti.