LEILÃO

Quadro de Monet é vendido por mais de R$ 365 milhões em leilão em Nova York

A obra "Le bassin aux nymphéas" foi pintada entre 1917-1919, importante período de experimentação do artista francês

Pintura rara de Monet arrecadou mais de R$ 365 milhões em leilão, nos EUA - Divulgação/Christie's

O quadro “Le bassin aux nymphéas” (Lago de nenúfares, em português), de Claude Monet, foi arrematado nesta quinta-feira, 9, por US$ 74 milhões (equivalente a R$ 365,6 milhões), incluindo a comissão, em um leilão de arte do século XX organizado pela casa Christie’s, no qual um quadro da mexicana Frida Kahlo atingiu os US$ 8,2 milhões.

No entanto, o preço da obra do mestre francês do Impressionismo está longe do recorde de US$ 107,7 milhões pagos por outra tela de Monet, da série "Meules", num concurso organizado há quatro anos pela concorrente Sotheby's.

Pintado por volta de 1917-1919, importante período de experimentação do artista francês, "Le bassin aux nymphéas" é um dos poucos deste período "de qualidade museológica que se conserva em mãos privadas", segundo o especialista da casa de Nova York leiloa Imogen Kerr.

É uma das inúmeras obras que Monet dedicou ao seu jardim de Giverny, na Normandia, não muito longe de Paris, que pintou de forma quase obsessiva durante os últimos 25 anos da sua vida.

Desde 1972 permanecia nas mesmas mãos.

Na noite dedicada às vendas do século XX, num mercado em grande forma, a obra “Figura em Movimento” de Francis Bacon foi vendida por US$ 52 milhões e outra do mestre do expressionismo abstrato norte-americano Mark Rothko por US$ 46,4 milhões.
 

Também estava à venda um quadro de Pablo Picasso, “Mulher Adormecida”, pelo qual foram pagos US$ 42,9 milhões. O valor fica longe dos US$ 139,3 milhões pagos na véspera na Sotheby's pela obra “Mulher com Relógio”, também do artista malaguenho falecido há 50 anos e que já possui pelo menos meia dúzia de pinturas que ultrapassaram os US$ 100 milhões.

Uma obra de Frida Kahlo, o “Retrato de Cristina, minha irmã”, foi vendida por US$ 8,23 milhões, longe dos US$ 34,9 milhões pagos pela pintura da artista mexicana “Diego e eu” em um leilão organizado pela Sotheby’s em novembro de 2021, também o preço mais alto pago por uma obra de um pintor latino-americano.

Uma peça de Tamara de Lémpicka, "Kizette en rose II", foi vendida por quase US$ 14,8 milhões, enquanto uma obra de Egon Schiele atingiu quase US$ 11 milhões.

“Não é o momento mais alto do mercado, mas ainda é muito forte”, disse recentemente à AFP Emily Kaplan, corresponsável pelas vendas de outono do século 20 na Christie’s, que entre 7 e 11 de novembro espera arrecadar entre US$ 723 e US$ 1 bilhão.